Resenha: Um Estudo em Vermelho

   E, enfim, eu li um livro do Holmes!!!! Sim, apesar de já ter vinte anos e já ter lido coisa pra caramba essa é a primeira vez que eu li um livro sobre Sherlock Holmes e a única coisa que posso dizer é: eu devia ter começado a ler Sherlock antes! 

   Um Estudo em Vermelho é o livro onde o detetive Sherlock Holmes faz sua primeira aparição. O romance é narrado por Watson e conta a resolução do caso conhecido como "Um Estudo em Vermelho", nome dado pelos próprios Holmes e Watson. Um homem é encontrado morto numa casa vazia em um determinado bairro de Londres. Seu corpo não possuí nenhum tipo de marca, o que indica que a causa de sua morte foi envenenamento; junto com o corpo é encontrada uma aliança de casamento, numeração feminina. Na parede do outro cômodo a palavra "Rache" aparece escrita com sangue.

   Sherlock Holmes me surpreendeu muito, muito, muito mesmo. Vou explicar o porquê. Obviamente, eu sempre ouvi falar sobre os livros que narravam as aventuras de Holmes, mas eu nunca tinha lido nenhum deles. Como Sherlock é um baita clássico do gênero policial, escrito por um britânico, se passando na época em que se passa, eu esperava que fosse um livro difícil de ler. Mas não é. Muito pelo contrário, é muito fácil ler Sherlock. A narrativa é clara, objetiva, fácil de compreender, porém sem ser empobrecida. É muito gostoso, muito prazeroso e a leitura fluí muito bem. Tudo isso somado à personalidade fascinante de Holmes faz com que você queira ler mais e mais.

   É surpreendente a facilidade com que Holmes vai deduzindo as coisas e o olhar de Watson sobre as deduções e sobre as habilidades de Sherlock torna tudo quase divertido. Sherlock Holmes é um personagem, no mínimo, curioso e inusitado. Você sente vontade de estudá-lo e analisá-lo, assim como Watson faz inicialmente. Na verdade, você se põe exatamente no lugar de Watson. Como seria viver com Sherlock Holmes, hein?  Ao meu ver seria bem interessante.

   Em um determinado ponto do livro o foco narrativo muda. O narrador, até então em primeira pessoa, transforma-se em narrador de terceira pessoa, deixando de acompanhar Holmes e Watson; agora, ele se ocupa de contar fatos que ocorreram em algum lugar remoto dos Estados Unidos. Inicialmente, isso pode parecer um tanto sem sentido. Como assim o Arthur Conan Doyle me muda de narrador e começa a falar sobre um vilarejo aleatório dos EUA? E o Sherlock? E o caso? Acontece, que esse vilarejo tem relação com o mistério, na verdade, ele é a explicação do porquê que envolve todo o crime. Achei isso muito bom.

   Sempre que eu leio um livro de mistério, ou vejo algo do gênero, uma hora chega o momento do culpado contar como e porque executou o crime. Geralmente, a explicação é narrada pelo próprio culpado em suas falas. Em Um Estudo em Vermelho não. A maneira como a história pré-crime é contado se dá de forma diferente. Pega-se o que o culpado falou e narra-se como uma espécie de inserção da história principal. Eu nunca pensei que algum escritor faria esse tipo de coisa; eu nunca pensaria em fazer esse tipo de coisa. E é por causa disso que Sir. Arthur Conan Doyle é o criador de Sherlock Holmes e eu estou aqui fazendo resenha e babando.

   Para quem gosta de livros de mistério e romances policiais ler Sherlock Holmes é quase uma obrigação. Para quem nunca leu eu recomendo a experiência. É agradável, fácil, divertido, leve.... É uma delícia, gente. Eu me enfiei numa super vibe de Holmes agora; provavelmente, vou ler outros livros sobre ele, então podem esperar mais resenhas sobre livros do Holmes. Um Estudo em Vermelho: porque um caso impactante, desvendado por um detetive brilhante, deve ter um nome ainda mais impactante!