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Resenha: Toki wo Kakeru Shoujo (A Garota Que Saltava no Tempo)



   E se você pudesse saltar no tempo, voltar ao passado e refazer o mesmo percurso quantas vezes quisesse? Já imaginou como seria ter a chance de consertar aquele meio segundo de vacilo que ferrou com o seu dia todo? Essa garota pode! 

   Konno Makoto é uma estudante comum do ensino médio que vive correndo contra o tempo para não chegar atrasada no colégio. Ela se considera uma pessoa de sorte, que não é genial, porém não é nada burra, que não fica doente nem se machuca com frequência. Ao lado de Chiaki e Kousuke, Makoto forma um trio único vivendo a difícil fase de decidir qual profissão seguir após o ensino médio. Entretanto, no Nice Day, que ironicamente deveria ser o melhor dia do ano, Makoto se vê com a maior má sorte de sua vida. Após uma sequência de acontecimentos azarados no colégio, o freio de sua bicicleta quebra e ela teria morrido atropelada por um trem se não realizasse uma atividade incomum: saltar no tempo.

   Cara, que filme! Sério. O filme é uma animação japonesa que dura mais ou menos uma hora e quarenta minutos. O ano de lançamento de 2006. No geral, tudo é.... lindo. Eu fui muito envolvida pela história, então eu não reparei muito na animação, mas pelo que me lembro é boa. O estilo gráfico é mais adulto, me lembrou um pouco gekiga. Okay, ele não é exatamente gekiga, mas tem uma perspectiva mais adulta no traço, sim. Me lembrou Sakamichi no Apollon e Copellion também. Não o traço em si, mas a atmosfera à qual ele me remete, sabem? 

   Antes de falar mais sobre o filme, preciso abrir um parênteses. Eu assisti Toki wo Kakeru Shoujo ontem, porém, era para eu ter assistido na quinta-feira com meu amigo no CINUSP (uma mostra de filmes que rola sempre lá na faculdade); eu dei o bolo no meu amigo e achei mais do que justo compensar isso assistindo o filme. Desculpe pelo bolo, Gabs, espero que me perdoe, sério.

   Voltando. Eu gostei muito do filme, muito mesmo. Não só por ser uma animação japonesa, mas porque ele é bom mesmo. É envolvente e emocionante, a trilha sonora é bonita, tem um dilema muito legal presente na história... Veja bem, se você salta no tempo e muda o passado, ainda que minimamente, o futuro também será afetado. Será que ao mudar alguma coisa de seu passado, se safando desta ou daquela situação, você não está fazendo que outra pessoa sofra algo em seu lugar? Será que você não está vivendo às custas do sofrimento de alguém? Uma coisa a se pensar.

   Os personagens são muito cativantes, todos eles. A Makoto é bem humana, bem moleca, decidida, escandalosa.... Achei ela uma boa protagonista; O Chiaki é engraçado, descolado... Ele tem uma leveza no ser, um jeito bem maneiro de levar a vida; Sousuke é super inteligente e bom moço, sem deixar de ser descontraído quando necessário. Enfim, o trio "principal", por assim dizer, é muito bom. Eles me conquistaram facilmente, quando dei por mim já estava louca por todos eles.

   O final é muito bonito, embora ele tenha meio que enveredado para uma coisa mais amorzinho que não era o que eu esperava da história, sério. Mas ficou tão bonitinho que eu não liguei. Eu me rendi ao shoujo.... Ou quase. Mentira, gente, me rendi não. Mas foi tão bonitinho aquele final! Me surpreendeu, mesmo. Eu imaginava um final e aconteceu outra coisa. Logicamente não foi nada super imprevisível, mas eu pensei que fossem acontecer outras coisas, de um outro jeito e tudo o mais. Toki o Kakeru Shoujo merece, no mínimo quatro estrelas, eu daria pelo menos quatro e meia.

   Enfim, o filme foi lindo, eu gastei meu tempo super bem assistindo ele. Assistiria de novo, pelo menos mais umas três vezes. Chorei no final, me apaixonei pela história, pelos personagens.... Estou até agora imaginando o que eu faria se pudesse saltar no tempo igual a Makoto. Então, assistam Toki wo Kakeru Shoujo e me digam: o que fariam se tivessem a oportunidade de saltar no tempo?

Resenha: O Senhor dos Ladrões



   E o livro da vez é: O Senhor dos Ladrões. De autoria de Cornelia Funke, autora de Coração de Tinta, O Senhor dos Ladrões conta a história de Próspero e Bo; os irmãos órfãos fogem de seus tios e acabam indo para Veneza, sua terra dos sonhos. Lá eles conhecem Mosca, Vespa e Riccio, três crianças que se viram sozinhas com a ajuda de um garoto conhecido como Senhor dos Ladrões.

   O enredo básico de O Senhor dos Ladrões é bem simples, nada de muito espalhafatoso ou espetacular, mas o livro é bem legal. É meio que uma mistura de Capitães da Areia e Oliver Twist; eu digo "meio que" porque não é, exatamente, parecido com nenhum dos dois, mas O Senhor dos Ladrões se utiliza de elementos comuns a esses livros. O livro é envolvente, simples e incrivelmente divertido. Eu gosto muito, muito mesmo dessas histórias com crianças correndo para cá e para lá; eu gosto muito de infanto-juvenil em geral.

   Esse não foi o primeiro livro que li da Funke; eu já tinha lido Coração de Tinta (sim, só Coração de Tinta, não as continuações), então foi muito bom voltar ao estilo de escrita e à atmosfera que Cornelia é capaz de criar. Como eu disse, é simples, é leve, mas não é pobre. A Funke é boa, suas ideias são boas e você lê com rapidez e satisfação os seus livros. Isso acontece em Coração de Tinta e isso acontece em O Senhor dos Ladrões. Os personagens são super carismáticos e tem um humor delicioso presente em toda a história o que não deixa nada ficar parado ou dramático demais.

   Em O Senhor dos Ladrões, o grande destaque é, com certeza, o grupo de crianças em seu esconderijo das estrelas. Cada um deles é bem diferente e eles se ajudam, e brigam, e vivem juntos. É bem divertido e bonitinho. A enigmática figura do Senhor dos Ladrões também é uma grande sacada. Scipio é misterioso e vaidoso, mas ao mesmo tempo ele se preocupa muito com seus amigos e, claro, possuí suas fraquezas.

   Vespa é a única garota do grupo e, por conta disso, é a voz da razão. Ela é louca por livros, é inteligente e cuidadosa, sem deixar de ser rebelde à sua maneira. Vespa é o mais perto que Bo chega de ter uma mãe no esconderijo das estrelas. E por falar em Bo, o garotinho de cinco anos têm aparência de um anjo, porém não passa de uma criança comum. Ele é fascinado pelo irmão mais velho e por Scipio, ele gosta de aventura, ele acha que é mais velho e mais capaz do que realmente é e, obviamente, é capaz de te derreter em cinco minutos.

   Próspero, o irmão mais velho, é completamente responsável e cuidadoso com Bo. Ele quer proteger o irmão a qualquer custo, ele precisa fazer isso, ele não pode deixar que ninguém os separe. Próspero também tenta ser bem coerente em suas ações. Tirando Vespa, as outras crianças são bem imprudentes às vezes, mas ele sempre tenta pensar na alternativa menos perigosa ou que cause menos problemas para eles. Ele só quer viver com seu irmão, mais nada.

   Então temos Mosca e Riccio, os dois mais rebeldes e imprudentes do grupo todo. Na verdade, com o Mosca ainda é possível ter conversa, mas com o Riccio... Ele é o mais estressadinho do bando, tem uns dedinhos bem leves e não gosta de ninguém mandando nele. E é responsável por grande parte dos escapes cômicos do livro.

   Enfim, O Senhor dos Ladrões é uma graça de livro. Leve, divertido, bonitinho.... Um infanto-juvenil com conteúdo, correria, um pouco de magia e muitos sonhos, como todos os bons livros de infanto-juvenil devem ser!

Resenha: Tokyo Ghoul √A



   Janeiro de 2015... Kaneki de cabelo branco... Lutas... Sangue... Ossos quebrados... Espera... E então... POXA, PIERROT! Se você, assim como eu estava esperando a segunda temporada de Tokyo Ghoul venha até aqui e me dê um abraço, porque estamos precisando muito de um, sério. 

   Tokyo Ghoul A é a segunda temporada do anime Tokyo Ghoul; ela tinha tudo para dar certo, ou para dar quase certo, mas não deu. Quem leu a minha resenha de Tokyo Ghoul vai se lembrar que eu falei bem, porque, apesar de ter corrido muito com a história do mangá e apesar de ser do Pierrot, o anime tinha sido legal. A palavra que eu usei na época foi "destruidor". Pois é, a segunda temporada também foi destruidora, mas no sentido ruim da palavra.

   Logo que saiu o primeiro episódio, saiu também a notícia de que a segunda temporada de Tokyo Ghoul não seguiria mais o mangá. Tokyo Ghoul A seria uma história original roteirizada pelo próprio mangaká, Sui Ichida. Até aí tudo bem. Já teve uma galera que não gostou muito do negócio, que começou a querer dropar o anime e tudo o mais... Mas eu pensei: Não, vamos dar uma chance! E eu tentei, cara como eu tentei, eu juro que tentei, tentei até o fim. Eu esperei e tive esperanças e.... não deu!

   Eu sabia que a primeira temporada tinha sido corrida, mas como eu não tinha lido o mangá, para mim, aquilo não era capaz de tirar a graça de Tokyo Ghoul. Mas a segunda temporada... Gente.... Assim, eu que sou super desligada acabei percebendo coisas que normalmente eu não perceberia como, por exemplo, o descaso com a animação. Okay, eu já tinha ouvido muita gente reclamar da animação do Pierrot e tudo o mais, mas eu nunca tinha reparado em erros de fato. Mas em Tokyo Ghoul A todo mundo viu. E não foi só isso não gente, porque é bom assistir animes just for fun, teve muita coisa que bugou nessa segunda temporada.

   (Nesse instante eu vou dar spoiler, revelações do enredo do anime, então, se não gostar, melhor parar de ler. )

   No primeiro episódio o Kaneki entra pra fucking Aogire. Nisso todo mundo que lia o mangá já ficou encabulado, já achou ofensivo e mandou apagar. Eu, como não li o mangá, pensei "Okay, pode ser que fique legal mesmo sendo filler...". Fui ingênua. Gente, eu esperei para ver Kaneki de cabelos brancos, eu esperei para ver lutas, para ver dor, sofrimento, emoção, ação e.... ganhei Kaneki fazendo praticamente nada na Aogiri, apanhando, sofrendo, dó, dor no meu coração, mais dó, episódios confusos que eu tive de fazer uma baita força para entender e uma Touka correndo por três episódios.

   A abertura, inicialmente, também me desagradou muito. Porém, depois de uns cinco episódios acostumei com ela. Faz sentido ser daquele jeito, combina com o clima. O encerramento foi legal. A música era boa e a ideia de não ter uma animação fixa, mas sim utilizarem diferentes imagens ao final de cada episódio me agradou.

   Falando num plano mais sentimental, Tokyo Ghoul A emana muita dor. O Kaneki está sofrendo, está todo mundo sofrendo e isso poderia ter sido muito bem utilizado, mas não foi. A ideia de enredo original acabou soando como uma desculpa para fazer as coisas de qualquer jeito. No final, pelo que eu li dos fãs comentando, acabaram utilizando coisas do mangá, porém de forma corrida e confusa. Teve muita coisa que quem não tinha lido o mangá teve de suar muito para entender, muita coisa mal explicada, mal compreendida...

   As lutas mais legais não aconteceram e o anime foi me desanimando tanto a cada episódio que nem o final eu consegui apreciar. Teve uma cena muita bonita, uma sequência de cenas muito bonitas, talvez a melhor coisa da temporada toda tenha sido o final. Foi triste, mas foi bonito. Entretanto, não foi o suficiente para salvar outros 11 episódios de confusão, enrolação e um protagonista que virou figurante.

   Dos 12 episódios a luta, ou parte, ou cena mais legais, ficaram por parte do Coruja. Aquilo foi bonito de ver, aquilo foi legal. A história num todo mais do que o confronto em si. Quase me tocou, porque eu gostava muito do Gerente do Anteiku. No fim das contas, o Kaneki entrou na Aogiri meio que por nada. Nada de super diferente do mangá foi descoberto, a história da Aogiri não se desenrolou de uma forma diferente, foi bem inútil, mesmo.

   A Touka, coitada, que segundo as más línguas já não fazia muita coisa no mangá, fez menos ainda no anime, Só sofreu, chorou, penou e correu por três episódios inteiros. Uma pena, sério. O anime, em si, ficou muito confuso, Era como se um episódio não tivesse tanta relação com o outro... senti isso várias vezes. Parecia meio desconexo algumas partes, sei lá. Não sei explicar, o que eu sei é que Tokyo Ghoul A era uma promessa. Ele tinha uma chance, ele podia ter sido uma temporada toda só de filler e ser super legal, mas.... É, não foi.

   Para quem assistiu a primeira temporada é bom assistir a segunda? Gente, por que não né? Agora, quem leu o mangá, provavelmente vai detestar bastante. Bastante mesmo. Eu li uns capítulos do mangá, uns 30 acho... A premissa de Tokyo Ghoul é legal, a história é interessante, é boa. Eu estava lendo o Re esses dias, é legal também. Foi uma pena o que fizeram ao transformar o mangá em animação, uma pena mesmo. Pois é, Tokyo Ghoul A é aquele anime que podia ter sido legal pra caramba, podia, mas não foi!