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Resenha: Amaama to Inazuma

      Ah, os bálsamos da temporada!!! Não importa o ano, não importa a estação, não importa o mês em que se inicia, toda temporada vai ter pelo menos um anime balsâmico. Mas o que seria um anime balsâmico? Bom, como a própria palavra já diz, é aquela série que veio para te curar. Sim, exatamente, para te curar de todo estresse, todo o tédio e todos os sentimentos ruins que podem habitar seu coração durante a semana. Esse é o caso de Amaama to Inazuma. 

    Amaama to Inazuma é, originalmente, um mangá seinen de slice of life escrito e ilustrado por Gido Amagakure que conta a história de um pai e sua filha. Inuzuka Kouhei é um professor que ficou viúvo a não muito tempo e que, agora, tem a difícil missão de cuidar de sua filhinha, Tsumugi. Entretanto, Kouhei não é muito bom na cozinha e, por conta disso, ele e Tsumugi acabam se alimentando de comidas compradas em lojas de conveniência. Até que um dia, uma série de eventos acabam por leva-lo até o restaurante da mãe de Iida Kotori, uma de suas alunas. A dona do restaurante não se encontra presente, mas Kotori se esforça ao máximo para servir os dois. Acontece que Kotori tem passado muito tempo sozinha desde que seus pais se divorciaram e sua mãe quase nunca está por perto; o desejo que a garota tem de cozinhar coisas gostosas e se tornar mais competente na cozinha, se soma à vontade de Inuzuka de aprender a cozinhar para sua filha. Os três, então, começam a se encontrar para preparar deliciosas comidas juntos. 

   Olhando o enredo por cima talvez a história não pareça grande coisa, mas Amaama to Inazuma é genuinamente um anime de culinária e fofura. Sim, se você procura por uma série em que os personagens cozinhem sem que durante o preparo das receitas ou a prova delas haja algum close que contenha, claramente, uma conotação sexual, esse anime é para você. Tsumugi, Inuzuka e Kotori cozinham juntos, apenas cozinham, de um jeito normal, fofo e, por vezes, engraçado. Além da culinária o anime também aborda a forma como Tsumugi se relaciona com seu pai e seus colegas do jardim da infância, o que é bem interessante uma vez que acaba por abordar a perspectiva infantil e adulta da situação. 


   E por falar em Tsumugi, a garotinha é uma joia preciosa, absurdamente fofa, a definição de “sorriso que precisa ser protegido”. Ela é uma criança ainda pequena, muito animada e empolgada; as vezes ela faz um pouco de birra, ou fica irritada com alguma coisa, enfim, ela age como uma criança normal. Essa é uma coisa muito boa em Amaama to Inazuma, Tsumugi não é uma criança ficcional cem por cento boazinha, as vezes ela erra como qualquer criança comum; mas no fim das contas tudo sempre dá certo entre ela e seu pai. 

   O professor Inuzuka, por sua vez, é uma pessoa muito esforçada. Ele dá duro no trabalho e em casa, fazendo de tudo para tornar os dias de Tsumugi os melhores possíveis para que ela cresça contente, feliz e saudável. Ele é um paizão, sério. Dá para sentir em cada cena o quanto a Tsumugi é preciosa para ele, a relação dos dois é só amor e Kotori chega só para tornar tudo ainda melhor.

   Iida Kotori é uma estudante do ensino médio cuja mãe é uma famosa dona de restaurante. Ela gosta muito de comer e de cozinhar coisas gostosas e, apesar do seu jeito meio calado, é muito gentil e dedicada. Quanto mais o tempo passa, mais Kotori se envolve com Inuzuka e Tsumugi, os três acabam formando uma espécie de família mesmo, é muito legal. As cenas em que os três cozinham juntos são sempre muito divertidas.

 
 Amaama to Inazuma é, num todo, um anime muito leve. Ele é fofo, divertido, engraçado e, em algumas cenas, emocionante. É muito gostoso acompanhar a série e ver como as relações vão se desenvolvendo, como os personagens lidam com as situações que aparecem e uns com os outros. O visual é muito bonitinho e a trilha sonora combina muito bem com o clima fofo do anime, embora a animação as vezes deixe um pouquinho a desejar. Ainda assim, assistir o anime te deixa tão leve, tão animado e tão feliz que os detalhes técnicos acabam ficando em segundo plano.


   Amaama to Inazuma é aquele anime cuja função é divertir e aquecer seu coração; leve, fofo e divertido, recheado de sorrisos da Tsumugi, um verdadeiro bálsamo!





Resenha: Nejimaki Seirei Senki: Tenkyou no Alderamin

“Todo herói morre de cansaço”

   Toda temporada de animes que se inicia é como uma espécie de primavera, ainda que ela não se passe na dita estação. A cada nova temporada várias séries diferentes estreiam e, acompanhando-as, iniciam-se também uma infinidade de comentários, expectativas, decepções — as vezes acontece — e surpresas! Estas últimas podem ser agradáveis ou não, no caso de Alderamin, agradável é o mínimo para descrevê-lo. A série foi a agradável surpresa da temporada de julho de 2016. 

   Nejimaki Seirei Senki: Tenkyou no Alderamin é originalmente uma série de light novel escrita por Bukuto Uno e ilustrada por Sanbasou (volumes de um a cinco) e Ryuutetsu (volume seis em diante). Além do anime, há também um mangá baseado na série escrito por Taiki Kawakami. O enredo da história é o seguinte: A República de Kioka está em guerra com seu vizinho, o Império Katjvarna. Nessa região, devido a algumas circunstâncias, havia um jovem se preparando a contragosto para o exame de Oficial Militar de Alta Classe. O jovem em questão é Ikta Solork. Ele é um preguiçoso que odeia guerras. Ninguém previu que o gentil Ikta se tornaria um soldado referido até mesmo como um grande comandante. Ele sobreviveu a um mundo envolto em guerra com seu gênio superior. As cortinas se abrem ilustrando sua vida, dinâmica e dramática, e sua esplêndida e fantasiosa história militar.

   Alderamin se passa num cenário de guerra, porém, isso não chega a ser algo assim tão diferente. A história não é a primeira, nem será a última a estar imersa num universo dessa espécie. Entretanto, Alderamin é instigante. Conforme a narrativa vai se desenvolvendo, existem passagens que podem servir de ganchos para várias discussões e reflexões. Os diálogos, os fatos e os personagens levantam questões interessantes como a relação entre religião e Estado, qual o papel da religião na vida de um povo, a honra de um soldado, até que ponto um soldado deve seguir as ordens de seus superiores, a relação entre religião e ciência, como a ciência pode ser libertadora... Entre outras coisas mais. Alderamin tem uma narrativa instigante, com uma carga de densidade considerável, sem deixar de ser divertido à sua maneira. O anime é capaz de te deixar ansioso para o próximo episódio e, durante a duração deste você não sente o tempo passar. É interessante, agradável, instigante. 

   Além da narrativa bem construída, talvez um dos animes adaptados de novel possuidor de uma das narrativas mais bem construídas até o ponto em que foi adaptado, os personagens de Alderamin também são muito interessantes. A começar pelo protagonista, Ikta. Apesar de ser preguiçoso e, até mesmo, um pouco mulherengo, ele é grande estrategista. Ikta também costuma ser fiel à suas concepções e tem um lado muito gentil. É um protagonista carismático, por vezes até mesmo engraçado, que faz com que o espectador simpatize com ele. A forma como ele vence os inimigos através de suas estratégias também é algo fascinante.

   Ikta tem como melhor amiga Yatorishino Igsem. Yatori é a protagonista feminina da série, ela faz parte de um clã que integra o exército há muitos anos, famoso por lutar utilizando duas espadas. A garota possuí longos cabelos vermelhos e é extremamente fiel ao seu dever como soldado. Muitas vezes, Yatori vê a si mesma apenas como uma arma pronta a servir o exército, porém Ikta está sempre a postos para lembra-la que ela é um ser humano. A relação de Yatori e Ikta é outro ponto positivo de Alderamin. Os dois são grandes amigos desde muito tempo, legítimos companheiros, a dupla perfeita. O que existe entre os dois é uma parceria total, é muito bonita a maneira como eles se tratam, se ajudam e se preocupam um com o outro. Yatori é uma mulher forte e gentil, sempre pronta para dar uns puxões de orelha em Ikta quando preciso; Ikta, por sua vez, está ao lado de Yatori para o que der e vier dentro e fora do exército. Juntos eles são quase imbatíveis.

   Outra personagem importante de Alderamin é a princesa, Chamille Kitra Katvarnmaninik. Inicialmente ela tem treze anos e aparenta ser muito frágil. De fato, por ser uma princesa, ela nunca é colocada na frente de batalha. Chamille tem uma áurea um pouco mimada e levemente antipática em alguns momentos, entretanto, ela está longe de ser uma completa ingênua. Ela conhece Ikta e Yatori num navio a caminho do exame para Oficial Militar; no mesmo navio se encontram também Torvay Remion, Matthew Tetdrich e Haroma Becker.

   Torvay Remion é membro de uma família conhecida por manejar rifles de ar. Por conta disso ele é muito bom com armas, embora não tenha muita confiança em si mesmo. Torvay é muito gentil e cumpre seu dever com muito afinco; aos poucos ele vai se tornando mais confiante e amadurecendo cada vez mais. 

   Matthew Tetdrich, por sua vez, faz parte de uma família menos conhecida do que Yatori e Torvay. Matthew tem muita vontade de provar seu valor e é muito barulhento. Ainda assim, ele é muito corajoso e sabe que é capaz de fazer as coisas. Já Haroma Becker tem habilidades no campo da medicina; é uma garota muito bonita e doce, e uma médica responsável.

   Ikta, Yatori, Chamille, Torvay, Matthew e Haroma formam um grupo muito interessante. Algumas circunstâncias, logo no início da história, fazem com que eles tenham de trabalhar juntos. Por conta disso, eles acabam se tornando companheiros e essa relação progride conforme a narrativa caminha. Eles confiam em sua capacidade e na capacidade uns dos outros, formando uma boa equipe em várias situações.

   Em relação a parte mais “técnica” de Alderamin não existem muitas coisas para se criticar. A animação é boa e linear; já a trilha sonora casa perfeitamente com o clima da animação. A abertura é agitada o suficiente para deixar o espectador preparado para o episódio que virá a seguir e as músicas de fundo durante as batalhas dão um toque e um clima especiais para a cena toda.

   Nejimaki Seirei Senki: Tenkyou no Alderamin foi a agradável surpresa da temporada passada. Com uma narrativa instigante sem deixar de ser divertida, personagens cativantes e cenas regadas com uma boa trilha sonora, o anime conquista, lentamente, o espectador. Alderamin conta a história do caminho militar de Ikta Solork em meio à guerra entre a República de Kioka e o Império de Katjvarna. Quais serão os desafios desse caminho e como essa guerra acabará?

“Para alguém que odeia soldados, a família imperial e heróis, é um papel perfeito para você. Por isso não hesite, Ikta Solork”.

Resenha: Re: Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu


    Vez por outra, no maravilhoso (ou nem tanto) mundo do entretenimento, aparece alguma obra que causa uma grande comoção. Uma daquelas que dá, literalmente, muito o que falar. Esta obra pode ser um filme, um livro, uma música, uma banda ou um anime, por que não? De tempos em tempos aparece aquele anime que todo mundo comenta, que a grande maioria assiste e cujos comentários sobre são, em sua maioria, positivos. O famigerado anime que une todas as tribos. Esse é o caso de Re: Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu. 

    Estreante da temporada de abril desse ano, Re Zero foi muito assistido e, obviamente, muito comentado. A história é originalmente uma série de light novel escrita por Tappei Nagatsuki e ilustrada por Shinichirou Otsuka; a série conta, atualmente, com oito volumes publicados. O enredo gira em torno de Natsuki Subaru, um jovem que é subitamente invocado para um mundo desconhecido. Sem ter a menor noção do que fazer ou para onde ir nesse misterioso local, Subaru acaba por conhecer uma jovem meio-elfa de cabelos prateados. Não muito tempo depois os dois são assassinados; então, Subaru acorda e descobre quem tem a habilidade de “retornar pela morte”. Sempre que morre o garoto acorda em um ponto anterior ao dos acontecimentos que lhe levaram ao trágico final, ele retém todas as suas lembranças até o momento que morreu, porém somente ele sabe das coisas que aconteceram e que ainda estão por vir. Após voltar no tempo pela primeira vez, Subaru decide que fará de tudo para salvar a garota de cabelos prateados.

    Num primeiro olhar Re: Zero não tem nada de mais; é um enredo que não foge muito de uma grande gama de coisas que encontramos por aí. Entretanto, desde já adianto que Re: Zero tem alguns toques especiais. Primeiramente, preciso deixar claro que é bem difícil para mim falar desse anime. Eu assisti os vinte e cinco episódios; durante e depois de assistir tudo refleti muito sobre minha opinião com relação à obra em si. Creio que, mesmo agora, ela ainda esteja se firmando. Cada vez que relembro toda a trajetória do anime e as sensações que ele me causou compreendo melhor o que penso sobre a obra.

Para começar, vou tentar fazer um balanço das minhas impressões sobre o enredo do anime. Um apanhado geral para depois discutir alguns outros pontos. Comecemos pelo começo, então. Quando fiz minha lista de animes da temporada de abril Re: Zero não estava entre eles. A sinopse não me chamou a atenção, eu já estava com muitos animes na lista, apenas passei por cima. Então, o anime estreou. Vi várias pessoas comentando sobre o primeiro episódio, em especial sobre a atitude do protagonista. Acabei ficando curiosa e fui conferir. A minha impressão do primeiro episódio foi: legal. Foi um episódio com uma boa animação, introduzindo a história da narrativa e um final com um gancho capaz de deixar o telespectador curioso. Quanto ao Subaru, também não tinha nenhuma opinião grandiosa. Ele parecia meio idiota, só. Em suma, era legal, mas nada espetacular.  Na semana seguinte assisti o segundo episódio, que não me empolgou nem metade do que o primeiro. Pensei “é, vai ficar só nessa dele morrendo e voltando para tentar salvar a garota mesmo...”; então, veio o terceiro episódio. Esse me empolgou. Teve ação, enfim uma batalha verdadeiramente boa, e a bela garota de cabelos prateados ganhou mais destaque deixando a posição passiva na qual, até então, estava sendo deixada. Fiquei feliz ao perceber que a história seria menos repetitiva do que eu havia pensado, eu estava enganada, ainda bem. Então, veio o episódio quatro e cinco e vi Subaru ficar preso num arco de repetição péssimo para ele. Entretanto, do quarto ao sexto episódio, a história não havia me tocado. Era tecnicamente bem executado, eu entendia o sofrimento do Subaru, mas faltava alguma coisa; talvez pelo fato de minha relação com Subaru ficar entre a indiferença e a antipatia. A chegada do episódio sete serviu para dar uma sacudida nas coisas; o final do sétimo episódio foi bom o suficiente para me deixar consideravelmente curiosa para o próximo. Os episódios seguintes também me agradaram, embora não alcançassem o mesmo impacto que o sétimo. Ainda assim, foram episódios nos quais não percebi o tempo passando. No episódio doze o anime entrou em uma nova fase e, é logo depois disso, que a história entra num patamar cujo adjetivo bom se torna, definitivamente, justo. Os episódios referentes à seleção real na capital não foram os meus favoritos, entretanto foi a partir deles que minha antipatia pelo protagonista aumentou. Mais do que isso, minha indiferença desapareceu e eu comecei a sentir raiva, de fato, do Subaru. Ele me irritava o tempo todo. Porém, é a partir do episódio quinze que as coisas dão uma guinada de vez, culminando no episódio dezoito que é genuinamente bom. Este episódio, o episódio de número dezoito, é inegavelmente bom. A trilha sonora, os diálogos, a emoção que é passada, a tensão.... Tudo é feito para tocar o expectador e consegue. Os episódios seguintes, apesar de não tão avassaladores, também são satisfatórias. Terminando sempre de uma forma que te deixa curioso para assistir o próximo. Nesse recurso, destaque para o episódio vinte e quatro que tem um plot twist que pode ser esperado, mas que causa um impacto quando acontece. Em resumo, a trajetória da narrativa de Re: Zero é evolutiva. Ainda que a história não seja a melhor do mundo, ela é evolutiva e tem recursos capazes de prender a atenção.

     Pensando na narrativa enquanto enredo, como já disse, não é nada espetacular. Inclusive, tem algumas falhas visíveis, e não estou me referindo a coisas que ainda podem ser corrigidas nos volumes posteriores da série. Como exemplo é possível citar a personagem Felt. Ela aparece nos primeiros episódios, desaparece, retorna no episódio da seleção real e, mais uma vez, some sem deixar vestígios. Ainda no plano do sumiço temos o desaparecimento da personagem Rem, já nos últimos episódios, sem nenhuma explicação de para onde ela foi.

     Um outro aspecto que sempre me incomodou em Re: Zero é o fato do Subaru amar a Emilia, a garota de cabelos prateados, sem nenhum motivo aparente. Não adianta tentar justificar, no fim das contas a ideia passada é que ele a ama porque ela é bonita, nada além disso. A posição passiva em que Emilia é colocada também acaba me desagradando um pouco. A garota tem potencial, ela é capaz de cuidar de si mesma, mas acaba ficando sempre apagada, tendo grandes cenas em pouquíssimos momentos.

Pensando o enredo num todo, de uma certa forma, ele é uma grande salada. Tem elfos, tem empregadas, maldições, bruxa misteriosa, culto religioso... Tem de tudo para todos os gostos. Porém, talvez eles se conversem e se equilibrem de alguma forma.

Entretanto, se o enredo de Re: Zero não é um dos mais bem trabalhados do mundo, os personagens são um aspecto mais bem feito. Assim como a trajetória da história, os personagens de Re: Zero também são evolutivos. Eles se desenvolvem. Não todos, claro, mas alguns e isso já é algo bom o bastante. Pensemos, por exemplo, a Rem. A garota aparece logo na primeira metade da narrativa juntamente com sua irmã, Ram. Aos olhos de todos Rem não passava de uma personagem secundária, mas ela cresce de uma forma maravilhosa. A garota se torna mais densa, mais importante e conquista o público de uma forma incrível.

     Outro personagem que também se desenvolve é o próprio protagonista. Ele me fez passar do desinteresse para a implicância, então a raiva, e mesmo assim me fez torcer por ele. Particularmente, ainda não gosto muito do Subaru, mas ele é capaz de causar reações. As pessoas gostam ou desgostam dele, isso é bom. Causar reações e sensações no público significa que o personagem é mais complexo, é sinal de que ele é capaz de fazer o expectador pensar sobre ele e seu papel na narrativa. É uma das coisas que caracteriza um bom personagem.

   Em Re: Zero, nem todos os personagens são desenvolvidos, mas quando ocorre o desenvolvimento ele é bem feito. Esse é, para mim, um dos melhores pontos da narrativa. Foi isso que fez com que eu não abandonasse a história, mesmo quando não estava totalmente convencida por ela. 

    Outra coisa que eu gosto em Re: Zero é a grande quantidade de boas personagens femininas que a história possuí. Rem, a empregada da mansão que acaba por roubar a cena completamente; Emilia, a meio-elfa que apesar de parecer estar sempre meio apagadinha tem momentos que acentuam uma personalidade; Beatrice, a responsável pela biblioteca da mansão, com um humor nem sempre muito bom; Crusch, uma das candidatas à seleção real, com um semblante e atitudes duronas, mas uma pessoa fantástica... E por aí vai. São personagens femininas boas, elas não são apenas objeto decorativo. Pensando na imagem inicial que Re: Zero me passou, isso me soou, no mínimo, surpreendente.


     De uma forma geral, Re: Zero ganha o status que têm por conta, justamente, desse fato: a surpresa. Num primeiro olhar, não é comum se esperar muita coisa de Re: Zero. A obra é evolutiva. Evolutiva enquanto narrativa, evolutiva enquanto desenvolvimento de personagem, evolutiva com relação aos finais dos episódios... Depois do quinze, o fechamento do episódio sempre acaba te deixando ansioso para o próximo. Isso é ótimo para uma série que ainda está em lançamento. Dessa forma o anime ganha o público, as pessoas querem saber o que vai acontecer. Esse é um mérito que não se pode tirar de Re: Zero.

Tecnicamente, o anime também é bem executado. A animação é boa e linear; dá uma caidinha nos episódios mais para o final, mas só para deixar para fazer as coisas bem-feitas no último episódio. A trilha sonora também é legal e combina muito com as cenas. Esse é outro ponto positivo da obra, pensando nela como série de anime.

    Num todo, Re: Zero foi um bom anime. Não tem o enredo mais impecável do mundo, mas tem coisas positivas o suficiente para fazer ganhar a atenção e agradar ao público. De zero a dez, Re: Zero mereceria, a meu ver, uma nota entre sete e oito, dependendo do que você vai presar mais na hora de dar o veredito. Se eu recomendaria Re: Zero para as pessoas? Com certeza, a história tem elementos para todos os gostos, o que torna possível que agrade uma grande quantidade de pessoas.

    Em suma, foi divertido acompanhar Re: Zero. O anime me surpreendeu bastante, eu não esperava nada mesmo, e foi uma boa experiência aguardar os episódios, curiosa. Afinal, Re: Zero é isso mesmo: uma salada de várias coisas; um genuíno anime capaz de unir todas, ou ao menos várias, tribos.