E eu consegui ler todos os livros que eu tinha para ler nas férias! Por
conta disso, o livro da vez é Um Conto de Duas Cidades. De autoria de Charles
Dickens, o romance histórico trata de temas como culpa, vergonha e retribuição.
A história se passa no tempo da Revolução Francesa, sendo ambientada em Londres
e Paris. O enredo gira bastante em torno da vida do médico Manette, um francês
que ficou anos preso na Torre Norte da Bastilha francesa.
O livro acabou sendo mais legal do que eu esperava. Na verdade, durante
a leitura eu mudei de opinião muitas vezes. Por ser um romance histórico, em
alguns momentos o livro é bem parado. Porém, Um Conto de Duas Cidades entrelaça
uma parte bem calma e parada com a agitada e sangrenta Revolução Francesa.
Uma das coisas que eu mais gostei em ler o livro foi ter, novamente,
contato com uma obra de Dickens. Eu já havia lido outros livros dele há muito,
muito tempo atrás, então foi bom relembrar o clima que tal autor é capaz de
criar. Outro ponto positivo é a ambientação. Utilizar a Revolução Francesa para
contar uma história, da maneira que Dickens conta, foi algo muito bom. Apesar
de narrar uma história fictícia, o livro faz com quem você questione alguns
pontos da própria Revolução e puxe pela memória o que você conhece ou estudou
sobre o tema. Em vários momentos eu ficava me perguntando "Mas o que minha
professora que me dava aula disso falava mesmo?" ou "Ah, disso eu me
lembro" ou ainda "Sim, isso explica muita coisa".
Para dar embasamento histórico em seu romance Dickens se utilizou do
livro A Revolução Francesa, de Thomas Carlyle, então, ele não foi escrevendo ao
léu sem conhecimento nenhum sobre o tema. Entretanto, apesar de tudo, o livro
explora a Revolução Francesa a partir do olhar de um inglês.
A narrativa de Um Conto de Duas
Cidades é muito bem estruturada. Existem muito mais coisas interligadas do que
você é capaz de perceber em um primeiro olhar. Personagens que aparentemente
não eram importantes ou que não teriam outras aparições, do nada, brotam numa
parte mais à frente da narrativa. Vale a pena ler com muita atenção. Tudo está
interligado, podem acreditar.
A história é bonita, com um desfecho metade previsível, metade
surpreendente. Na verdade, o meio do livro é previsível, o desfecho não. Mas é
um final bonito que te leva a pensar em algumas coisas como o valor da sua vida
e a forma como você a vive. Num geral, eu gostei bastante do livro.
Para quem gosta de romances históricos Um Conto de Duas Cidades é uma
boa indicação. Para quem já leu alguma coisa sobre Dickens vale a pena ver como
ele conduz seu estilo dentro dessa temática. Para quem gosta de histórias
ambientadas em revoluções, ou na própria Revolução Francesa, ou ainda em um
período mais antigo da Inglaterra e da França, também pode ser uma experiência
legal. Quando eu escolhi esse livro, confesso que só pensei em lê-lo por conta
do autor e, como alguém gosta do Dickens é capaz de fazer, não me decepcionou.