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Resenha: As Crônicas de Nárnia



   E depois de muito tempo sem resenhar livros, enfim eu volto a fazer isso e o escolhido da vez é um livro muito especial. Senhoras e senhores, eu resenharei agora, As Crônicas de Nárnia de C.S.Lewis. Clássico dos clássicos, a série é constituída por sete livros. Eu li o exemplar volume único, o mesmo da imagem acima, mas também existem as versão separadas dos livros. 

   Antes de começar a falar um pouquinho sobre cada um dos livros, eu vou contar uma coisa que eu não sabia até pegar o volume único em mãos. A disposição dos livros no volume único serve uma ordem cronológica das histórias em si,  não a ordem de publicação. Quando foram lançados a ordem dos livros era: O Leão, a Feiticeira e o Guarda Roupa; Príncipe Caspian; A Viagem do Peregrino da Alvorada; A Cadeira de Prata; O Cavalo e seu Menino; O Sobrinho do Mago e A Última Batalha. Como já dito, a ordem em que os livros aparecem no volume único não refere-se a publicação, mas sim a ordem cronológica dos fatos segundo a grande história de Nárnia. Agora, vamos a resenha, vamos falar um pouquinho de casa livro. 

   A história de Nárnia (mundo e país) começa em O Sobrinho do Mago, que conta a história de duas crianças Digory e Polly que se conhecem durante as férias e começam a brincar juntos e tudo o mais. A mãe do Digory era doente, portanto, ele e ela moravam com os tios dele, dois chato rabugentos. O tio do Digory era uma tipo de mago, que desenvolveu uns anéis que podiam te levar para outro mundo, graças a esses anéis eles acabam por chegar em uma espécie de "limbo", um local onde não meio que um mundo nenhum e a partir desse mundo eles chegam a Nárnia. Na época Nárnia ainda não era Nárnia, ela estava sendo criada, e (ATENÇÃO, ALERTA DE SPOILER), eles assistem o próprio Aslam cantar Nárnia. Não digo mais nada sobre esse livro, se quiserem saber vão ter de ler.

   Passam-se muitos e muitos anos e Nárnia é tomada pela Feiticeira Branca, que faz o país viver o maior inverno de todos os tempos. É nesse contexto que chegam ao local Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia, quatro irmãos que estavam passando as férias na casa de um velho professor por conta da guerra. Lúcia é a primeira a ir até Nárnia, através de um enorme guarda-roupa que fica numa sala vazia, mas ninguém acredita nela, os irmãos começam até a achar que a coitadinha tá biruta. O Edmundo também vai a Nárnia e encontra com a Feiticeira Branca, porém quando ele volta pro mundo em que eles vivem, ele diz que a Lúcia tava mentindo e que não existia Nárnia nenhuma. Entretanto, um belo dia, todos os quatro irmãos acabam entrando no guarda-roupa e chegando até Nárnia, onde descobrem que fazem parte de uma profecia e lutam ao lado do próprio Aslam. Este é o famoso O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, se você quer saber mais sobre a profecia e Aslam, leia esse livro também.

   O terceiro livro do volume único é O Cavalo e Seu Menino. Essa história se passa durante o reinado dos quatro irmãos em Nárnia, e narra o que acontece com Shasta, um menino criado por um pescador bem malzão. O coitado do menino foi encontrado pelo pescador da Carlomania, é tratado como um escravo por este. Só que Shasta acaba conhecendo um cavalo falante de Nárnia e juntos eles decidem fugir pra lá. No meio do caminho eles conhecem Aravis, uma tarcaina que estava fugindo pra não se casar com um cara nada legal, e Huin, uma égua falante também de Nárnia. A partir daí várias coisas acontecem, coisas que eu não vou contar. Ah, tem uma coisa, esse livro ele é meio "alheio", quero dizer, a história dele se passa entre O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa e o Príncipe Caspian, embora ele tenha sido publicado depois de ambos.

   Passam-se mais anos em Nárnia, o país é tomado pelo telmarinos e atual regente, que aspira ser rei, é um baita de um tirano. Quando o filho desse regente nasce ele resolve que vai matar Caspian, sobrinho dele e verdadeiro herdeiro do trono de Nárnia, obrigando o menino a fugir pra floresta e se juntar aos animas falantes e autênticos narnianos. É nesse contexto que retornam os quatro irmãos, dessa vez com o intuito de ajudar Caspian a reaver seu torno e livrar os narnios do regente que tá afim de dizimar o povo legítimo do país. Esta e a história de Príncipe Caspian, um livro bem legal, mas que tem uma notícia não lá muito boa no fim.

   O próximo livro é A Viagem do Peregrino da Alvorada. Ele conta com a presença de Lúcia, Edmundo e Eustáquio, primo dos dois irmãos. A narrativa é a seguinte: Caspian está navegando para além da Ilhas Solitárias a procura de uns fidalgos amigos do pai dele; Lúcia e Edmundo, por sua vez,estão passando as férias na cada do primo Eustáquio (um chato de galocha, diga-se de passagem, mas que aos poucos vai ficando menos desagradável) e do nada eles vão do quarto da Lúcia para o meio do mar, onde encontram o navio de Caspian, o Peregrino da Alvora. O resto da história vai se desenrolando conforme eles vão passando pelas ilhas e encontrando e descobrindo o que aconteceu com os fidalgos. No fim dele tem uma notícia não muito legal, eu não gostei muito pelo menos, então leia pra saber.

   Mais uma vez se passam dezenas de anos em Nárnia, dessa vez quem retorna é Eustáquio, que agora já não era mais um chato, e Jill, uma menina que estuda na mesma escola que o Eustáquio e vive sofrendo na mão das outras crianças do colégio. Esse é o cenário do livro A Cadeira de Prata, onde Jill e Eustáquio recebem uma tarefa do próprio Aslam: encontrar o filho do Caspian que tinha desaparecido há anos. Juntamente com o paulama, Brejeiro, as duas crianças saem nessa empreitada cruzando com gigantes, damas de verde e criaturinhas curiosas.

   O último livro, tanto em história quanto em publicação, é A Última Batalha, livro no qual mais uma vez Jill e Eustáquio retornam a Nárnia para ajudar o atual rei a arrumar a bagunça total que está acontecendo no país. A bagunça era a seguinte: um macaco muito safado chamado Manhoso, convence o "amigo", um jumento chamado Confuso, a vestir uma pele de leão que eles encontram no rio. O macaco diz que é pra proteger do frio e tudo o mais, mas na verdade ele começa a fazer o Confuso se passar pelo próprio Aslam, enganando todos os narnianos e os escravizando com o apoio dos carlomanos. É o livro que mais da agonia, sério, é completamente diferente de todos os outros e o fim, cara o fim é espetacular, sério.

   Agora que eu já falei um pouquinho de cada livro eu vou falar da série em si. Preparem-se, vou fazer uma afirmação, na verdade é uma revelação, e é assustadora. Preparados? Vamos lá. As Crônicas de Nárnia é tipo uma Bíblia para crianças!!! Não, vocês não entenderam errado, Aslam é Deus. Estão lembrados que eu disse que em A Viagem do Peregrino da Alvorada tinha umas das minhas frases favoritas de todos os livros, então, a frase é assim: A Lúcia pergunta pro Aslam se ele existem também no mundo dela e ele responde "Existo, porém com outro nome!" É, gente, Aslam é Deus. Essa é uma das coisas mais perceptíveis em toda a saga e é isso que me faz dizer que essa saga é muito especial.

   A maneira como Aslam aparece, a maneira como ele trata os narnianos e também os filhos de Adão e as filhas de Eva, é a coisa mais linda que você vai ver na vida. Quanto ele canta o planeta, quando Nárnia aparece pela primeira vez, é uma cena tão linda, tão maravilhosa que você sente vontade de chorar. Não chorar de tristeza, nem de medo, mas chorar de admiração. É tão perfeito, é tão lindo, é indescritível, só lendo pra entender.

   Tem muita teologia em As Crônicas de Nárnia, mas não é por causa disso que você deve ter receio de ler. Em nenhum momento da história é apresentada a doutrina de nenhuma religião específica, mas é a gente vai lendo e vai percebendo umas coisas que são muito inegáveis. Até mesmo Platão é citado, e da maneira mais divertida possível.

   Lewis tem uma narrativa super leve, bem humorada, naturalmente deliciosa de se ler. Nada é forçado, tudo flui na narrativa e você lê muito rápido, todos os livros. Você se identifica com os personagens, ou ao menos com as ações deste e você não se importa de não ser mais criança, Nárnia se torna um lugar onde você quer e precisa visitar. É um clássico por merecimento, de verdade, Lewis merece todas as honras prestadas a ele, e Nárnia merece cada um dos fãs, leitores e defensores que possuí.

   No volume único tem um bônus, uma coisinha a mais. Tem um texto do próprio Lewis, intitulado Três Maneiras de Se Escrever para Crianças, e cara, eu li fiquei com os olhos brilhando. A maneira como ele defende seu amor pelas histórias fantásticas, a maneira como ele lhe diz que não há mal algum em ler livros infantis desse gênero é maravilhosa. Serve pra quem gosta de ler, pra quem gosta de escrever, pra quem é educador... Enfim, é muito perfeito.

   As Crônicas de Nárnia, sem dúvidas, é um daqueles livros que você precisa ler antes de morrer. Todo mundo devia ler essa série, todo mundo deveria ler sobre Aslam e se encantar pelas maravilhas desse mundo distante e paralelo ao nosso, esse mundo que todos gostaríamos de visitar. Nárnia é viva, ensolarada e acolhedora, e ela abre os braços para todos os filhos de Adão e filhas de Eva que queira conhecê-la. se eu tivesse Scoob eu daria 10 estrelas fácil pro livro. Então eu peço encarecidamente que você leiam Nárnia e se deixem levar por essa maravilhosa fantasia. Afinal, não existe nada de errado em se ler um livro para crianças, desde que seja um bom livro para crianças!

   

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