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Resenha: Lola e o Garoto da Casa ao Lado



   O ano está acabando, mas olha quem resolveu dar as caras... Senhoras e senhores, membros do júri (wtf?), olá para vocês. Neste maravilhoso final de ano, eu venho até aqui para resenhar um livro, mas não um livro qualquer, um livro que normalmente eu não leria... um livro de mulherzinha! E não, dessa vez eu não li porque alguém mandou, li de livre e espontânea vontade. Admito que só comecei a ler por conta da capa, que eu achei muito bonita, mas a experiência se revelou interessante. 

   Lola e o Garoto da Casa ao Lado é de autoria de Stephanie Perkins, a mesma autora de Anna e o Beijo Francês. O livro conta a história de Lola, uma garota de dezessete anos que adora se vestir de um jeito, assim, diferente. Ela não acredita em roupas, mas sim em figurinos, então, cada dia ela está com uma roupa diferente. Lola mora com seus dois pais, sim os pais de Lola são um casal homossexual e tem um namorado mais velho que é vocalista de uma banda de rock. Tudo estava indo muito bem na vida da garota até os gêmeos, Calliope e Cricket voltarem a morar em seu bairro.

    Bom, basicamente, é isso. Não posso dizer mais nada sem dar spoilers, desculpem. Pela sinopse já dá pra ver que a história é bem previsível, mas, o que me surpreendeu é que eu gostei do livro. Obviamente ele não está na lista dos meus favoritos, nem é um livro complexo e cheio de reflexões, mas é legal, sério. Ele é leve e divertido e foi bom ler algo com essa pegada, porque a faculdade tava me matando... Socorro. Quando você está enfurnada num mundo de xérox e livros acadêmicos, com análise literária pra fazer, um livro como esse se torna uma boa janela de escape. Achei Lola e o Garoto da Casa ao Lado bastante engraçado. Admito que eu esperei mais humor por conta da capa e tudo o mais, mas acho que foi bastante divertido.

    A primeira coisa que me chamou atenção no livro foi o fato dos pais da Lola serem um casal homossexual, eu achei isso muito legal, muito mesmo. Infelizmente, ainda não é tão comum vermos esse tipo de coisa na literatura, principalmente em algo mais voltando para o público adolescente. O fato de eu ter pego esse livro numa biblioteca de uma escola que atende alunos de 6 à 18 anos, tornou ainda mais legal a experiência. É bom saber que eu tenho 19 anos, mas que alunos de 15 se interessarão muito mais por esse livro e terão contanto com esse tipo de família, assim "diferente" de um jeito super normal. Até porque é normal, né, gente? Ou melhor, não é normal, porque família não é nunca normal, famílias são uma bagunça, veja bem... Enfim, voltando ao livro, eu achei isso um ponto muito positivo e um dado bem importante pro desenvolvimento da história. Os pais da Lola são uns fofos! Eles são incríveis e engraçados e super compreensivos... Caramba, é uma família muito legal, sério.

    Outra coisa legal da história é o nome da Lola, Dolores. É, Dolores como a Lolita! Na verdade, Lolita é até mesmo citado no livro, mas acalmem-se, não tem pedofilia no livro de Perkins, podem ficar tranquilos. Sobre os personagens, vejamos o que eu posso dizer... Ponto um: relação de amor e ódio com a Lola. Eu entendo e compreendo várias das atitudes dela, mas algumas... Percebam que eu sempre tenho relações de amor e ódio com os protagonistas...

    O grande destaque do livro, pra mim, é o Cricket, e não tô dizendo isso como uma adolescente que se apaixona por um personagem literário não, é que o cara é bacana mesmo. Sabem aquele típico bom moço porém sem ser sem graça? Então, é o Cricket! Ele é um amorzinho, gente, socorro. Acho que qualquer garota desse livro pode viver mil vidas que nunca vai merecer ele!

    Outra coisa importante e que me fez ficar bem mais à vontade para ler o livro: ele não é aquele tipo de livro que é feito pra você chorar. Geralmente, esses livros de romance adolescente são todos melodramáticos, ou com histórias tristes pra você ficar chorando e tudo o mais, mas o livro de Perkins não. De fato, ele se volta para o humor e isso torna tudo mais agradável, mais leve e você se sente bem melhor lendo o livro. Você sabe não vai se emocionar, você sabe que está lendo por diversão e você alcança exatamente isso, que é o que você deseja! Muito melhor do que ler um livro de mulherzinha que foi escrito pra te fazer chorar.

    Num todo, o livro é legal. Como eu já disse, não é nada espetacular e está longe de ir para o meu top favoritos, mas é um livro legal. É o tipo de livro pra você ler quando você não tem nada pra fazer, ou quando você está lendo dezenas de outras coisas super pesadas para o trabalho ou os estudos. E, apesar de ser um livro adolescente e tudo o mais, ele não é mal escrito não. É simples, sim, mas não de uma forma negativa. Eu diria que soa melhor do que certos livros adolescentes por aí que todo mundo fica endeusando... Resumindo, eu verdadeiramente não achei ruim.

    Portanto, se você gosta desses livros de romance adolescente, com várias reviravoltas, mas um final um tanto previsível, leia Lola e o Garoto da Casa ao Lado, você vai rir e se divertir bastante, eu garanto!

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