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Resenha: O Senhor dos Ladrões



   E o livro da vez é: O Senhor dos Ladrões. De autoria de Cornelia Funke, autora de Coração de Tinta, O Senhor dos Ladrões conta a história de Próspero e Bo; os irmãos órfãos fogem de seus tios e acabam indo para Veneza, sua terra dos sonhos. Lá eles conhecem Mosca, Vespa e Riccio, três crianças que se viram sozinhas com a ajuda de um garoto conhecido como Senhor dos Ladrões.

   O enredo básico de O Senhor dos Ladrões é bem simples, nada de muito espalhafatoso ou espetacular, mas o livro é bem legal. É meio que uma mistura de Capitães da Areia e Oliver Twist; eu digo "meio que" porque não é, exatamente, parecido com nenhum dos dois, mas O Senhor dos Ladrões se utiliza de elementos comuns a esses livros. O livro é envolvente, simples e incrivelmente divertido. Eu gosto muito, muito mesmo dessas histórias com crianças correndo para cá e para lá; eu gosto muito de infanto-juvenil em geral.

   Esse não foi o primeiro livro que li da Funke; eu já tinha lido Coração de Tinta (sim, só Coração de Tinta, não as continuações), então foi muito bom voltar ao estilo de escrita e à atmosfera que Cornelia é capaz de criar. Como eu disse, é simples, é leve, mas não é pobre. A Funke é boa, suas ideias são boas e você lê com rapidez e satisfação os seus livros. Isso acontece em Coração de Tinta e isso acontece em O Senhor dos Ladrões. Os personagens são super carismáticos e tem um humor delicioso presente em toda a história o que não deixa nada ficar parado ou dramático demais.

   Em O Senhor dos Ladrões, o grande destaque é, com certeza, o grupo de crianças em seu esconderijo das estrelas. Cada um deles é bem diferente e eles se ajudam, e brigam, e vivem juntos. É bem divertido e bonitinho. A enigmática figura do Senhor dos Ladrões também é uma grande sacada. Scipio é misterioso e vaidoso, mas ao mesmo tempo ele se preocupa muito com seus amigos e, claro, possuí suas fraquezas.

   Vespa é a única garota do grupo e, por conta disso, é a voz da razão. Ela é louca por livros, é inteligente e cuidadosa, sem deixar de ser rebelde à sua maneira. Vespa é o mais perto que Bo chega de ter uma mãe no esconderijo das estrelas. E por falar em Bo, o garotinho de cinco anos têm aparência de um anjo, porém não passa de uma criança comum. Ele é fascinado pelo irmão mais velho e por Scipio, ele gosta de aventura, ele acha que é mais velho e mais capaz do que realmente é e, obviamente, é capaz de te derreter em cinco minutos.

   Próspero, o irmão mais velho, é completamente responsável e cuidadoso com Bo. Ele quer proteger o irmão a qualquer custo, ele precisa fazer isso, ele não pode deixar que ninguém os separe. Próspero também tenta ser bem coerente em suas ações. Tirando Vespa, as outras crianças são bem imprudentes às vezes, mas ele sempre tenta pensar na alternativa menos perigosa ou que cause menos problemas para eles. Ele só quer viver com seu irmão, mais nada.

   Então temos Mosca e Riccio, os dois mais rebeldes e imprudentes do grupo todo. Na verdade, com o Mosca ainda é possível ter conversa, mas com o Riccio... Ele é o mais estressadinho do bando, tem uns dedinhos bem leves e não gosta de ninguém mandando nele. E é responsável por grande parte dos escapes cômicos do livro.

   Enfim, O Senhor dos Ladrões é uma graça de livro. Leve, divertido, bonitinho.... Um infanto-juvenil com conteúdo, correria, um pouco de magia e muitos sonhos, como todos os bons livros de infanto-juvenil devem ser!

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