Nada se compara ao prazer de
encontrar uma mídia com uma temática que te agrada absurdamente. Nada se
compara à satisfação de ser fisgado por uma ideia, uma premissa, uma
promessa... Nada se compara à frustração de ver as suas expectativas não sendo
atendidas. Infelizmente, foi exatamente isso o que aconteceu com Haruchika.
Haruchika: Haruta to Chika wa Seishun
Suru foi um anime pelo qual me interessei pela sinopse, embarquei pelo PV e fui
desanimando pouco a pouco conforme o seu desenrolar. A história gira em torno
de Haruta e Chika, dois adolescentes membros do clube de instrumentos de sopro de
sua escola que está prestes a fechar. Os dois são amigos de infância e passam
seus dias praticando seus instrumentos e tentando recrutar novos membros para o
clube. Até que um certo incidente acontece e eles se juntam para resolver o
mistério.
Quando li que Haruta e Chika faziam
parte de um clube de metais fiquei instantaneamente animada. Sou apaixonada por
histórias que envolvem música, sejam elas encontradas em filmes, animes ou
livros; o clube de metais me chamou a atenção. Quando assisti o PV achei o
visual e o clima tão bonitos que não pensei duas vezes antes de adicioná-lo a
minha lista. Ao assistir o primeiro episódio, a abertura me soou tão bonita de
forma que não pude deixar de pensar que ia mesmo gostar muito do anime.
Infelizmente, eu me enganei.
Antes de continuar, queria deixar
claro que vou tentar ser o mais justa possível ao falar de Haruchika. Não acho
que a palavra ruim seja a correta para descrevê-lo, prefiro a palavra
frustrante. Eu me senti, de uma certa forma, enganada pelo anime. Ele me
prometeu uma coisa e me deu algo diferente, porém, esse algo diferente não foi
capaz de me conquistar.
A premissa inicial de Haruchika é ser
um anime sobre música. A sinopse te promete isso, o PV te promete isso, a
abertura te promete isso, existem personagens na história que querem ser
músicos profissionais... Toda a conjuntura inicial da história te diz: isso é
um anime sobre música; é uma história sobre um clube de metais. Entretanto, no
desenrolar da narrativa o clube de metais é completamente deixado pra
escanteio. Ele não recebe o menor destaque, se tornando apenas um plano de
fundo. Em um determinado momento, percebe-se que não faria a menor diferença se
Haruta e Chika fossem membros de um clube de economia doméstica ao invés de um
clube de metais. A história é sobre resolver mistérios, não sobre música.
Nesse momento talvez alguém me acuse
de estar sendo inflexível. Talvez, só talvez, eu não devesse me importar com o
fato do clube de metais se tornar algo quase irrelevante para a história.
Porém, vamos pensar um pouco: imagine que você compra um doce e na embalagem
está dizendo que é chocolate com essência de morango. Você o compra porque está
com vontade de comer chocolate, mas, uma vez que a embalagem é aberta, você se
vê diante de um doce de morango com uma única gota de chocolate. Por mais
gostoso que seja o doce de morango você fica chateado, afinal, você queria
chocolate, não doce de morango. O que acontece com Haruchika é exatamente isso.
Sendo sincera, o doce de morango não
é excepcionalmente gostoso; embora seja bem-feito, seu sabor é apenas
aceitável. Explicando melhor: alguns mistérios são bem bolados, outros são
medianos. Ironicamente, ou não, o mistério do primeiro episódio é bom. Ele é
bem pensado, dá um nó interessante na sua cabeça e você se sente envolvido o
bastante para tentar resolvê-lo. A partir do segundo episódio as coisas já não fluíram
tão bem, alguns mistérios foram bem interessantes, outros tinham um baita
potencial e tiveram desfechos medianos ou até mesmo decepcionantes.
Já em relação ao clube de metais que
ficou de plano de fundo, a ambição dos integrantes de conseguirem tocar em um
grande concerto é desenvolvida de uma maneira qualquer. Antes que você perceba
o concurso do qual a banda participa já está acontecendo e, após uma única
piscadela, eles já estão na parte final da competição. Dá pra ficar bem
espantado com a rapidez do andamento dessa parte secundária da história.
Entretanto, não vou negar que a apresentação deles foi bonitinha.
Deixando um pouco de lado a narrativa
e seu desenrolar gostaria de falar um pouco dos personagens. Vou citar apenas
três deles, pois os outros vão aparecendo pouco a pouco e alguns aparecem de um
jeito até que interessante, portanto, prefiro deixá-los escondidos.
Comecemos pelo Haruta, um dos
protagonistas. Ele é um personagem interessante, é perspicaz, inteligente e
observador. Basicamente, quem resolve os mistérios é o Haruta. O garoto tem
sempre uma resposta na ponta da língua e sente um prazer imensurável em
provocar Chika, sua amiga de infância. Ele também é apaixonado por Kusakabe, o
professor responsável pelo clube de metais. Isso é algo que eu gosto em
Haruchika, pela primeira vez um personagem homossexual está inserido numa
história onde a narrativa não é focada em sua homossexualidade e o foco não é
sua relação afetiva. Não que haja algum problema com yaoi e shounen-ai, longe
disso, apenas é interessante e importante ter um personagem assumidamente gay numa
narrativa onde o foco não é romance. Afinal, existem personagens heterossexuais
em todos os tipos de história e já passou da hora de personagens gays serem
inseridos nessas mesmas histórias de uma forma natural e respeitosa. Quando o
Haruta diz pra Chika que é apaixonado pelo Kusakabe ela se preocupa com o fato
de tê-lo como rival, não com o fato dele ser um garoto gostando de alguém do
mesmo sexo. Também é importante frisar que o Haruta não tem os trejeitos
excessivamente afeminados, ou caricatos, ele é um personagem como qualquer
outro. E é personagem bem construído e carismático.
Quanto à Chika, a primeira coisa que
preciso dizer sobre ela é que se trata de uma tsundere. Entretanto, ela é uma
espécie de tsundere em negação, talvez. Chika é agressiva, desastrada e
barulhenta, mas tenta aparentar calma, concisão, maturidade e ser fofa. De
fato, fofa ela é, já madura, concisa e calma... A garota até que tenta, mas
Haruta sempre a provoca obrigando-a a mostrar seu lado irritadiço. Essas cenas
são bem engraçadas, as cenas dela e do Haruta são engraçadas. Ela também é
apaixonada pelo Kusakabe e tem um bom coração e bastante vontade de ajudar os
outros. Por algum motivo ela me irrita um pouco, mas não é como seu a
considerasse uma personagem ruim. Só tenho uma predileção pelo Haruta mesmo.
O terceiro personagem mais importante
da história, por assim dizer, é o Kusakabe. Ele é o professor responsável pelo
clube de metais do colégio de Haruta e Chika. Kusakabe tem uma boa aparência e
um ar calmo e misterioso, também é bastante dedicado e preocupado com os
alunos. Ele foi considerado um gênio no meio musical e era um famoso maestro
que acabou por largar tudo para se tornar professor. Existe um mistério
rondando essa sua renúncia repentina ao seu futuro promissor; mistério esse que
permeia toda a narrativa sendo citado em doses homeopáticas. Por um lado, isso
é bom porque não torna a questão cansativa, por outro lado dá quase para
esquecer desse elemento da história. Entretanto, na metade da narrativa aparece
um novo fato que reaviva essa questão que, felizmente, é resolvida até o final
do anime.
Embora considere os personagens de
Haruchika interessantes, eles não foram suficientes para barrar meu desagrado.
Entretanto, eu prometi ser justa com o anime, então é importante falar que ele
é bem executado. A trilha sonora é legal, a animação é bem-feita (pelo menos
não me lembro de ter visto nada desagradável nesse aspecto em nenhum dos episódios.
Sim, eu assisti todos eles), a abertura e o encerramento são bonitos. Técnica e
visualmente Haruchika é agradável; não é um anime malfeito... Bom, talvez o
desfecho do último episódio pudesse ter sido feito de uma forma um pouquinho
diferente; não digo quanto à narrativa em si, mas sim quanto à organização do
fechamento do episódio em si. Entretanto, não acho que apenas isso seja
suficiente pra criticar execução geral do anime, nesse quesito arriscaria dizer
que ele foi impecável. Ainda assim,
apesar de ser bem-feito, o produto da narrativa não me deixou aproveitar essa boa
execução. Talvez eu esteja sendo muito chata e inflexível, sim talvez eu
esteja, mas o desenvolvimento da história não conseguiu me tocar. A narrativa
não me encanta. Quando penso em Haruchika penso em “propaganda enganosa”, por
isso não digo que ele é necessariamente ruim, mas sim frustrante.
Haruchika pode vir a ser uma
experiência interessante para alguém que esteja procurando um anime sobre mistérios
e que entre nessa com consciência disso, para quem espera outra coisa talvez
não funcione muito bem. Pelo menos não funcionou comigo. Eu esperava que o
anime fosse muito bom, porém foi frustrantemente mediano. Mas tudo bem, a vida
segue, afinal, nem sempre que temos as expectativas correspondidas, não é
mesmo?
Honestamente não me lembro de ter assistido um anime sobre musica que fosse bom. O foco sempre acaba em outras questões com o desenrolar da história.
ResponderExcluirOOOOOIIIIIIIIIIIIIII ZAYNTE QUE POST FOFO >.<
ResponderExcluirAMEI SE LAYOUT...POR QUE TO ESCREVENDO EM CAPS LOCK?
Bom, eu não leio mangás ou assisto animes mas acho vários personagens muitos fofos, e lendos ♥
Chika e Haruta, amo as duas. por que sim!
moça eu queria pedir uma coisa! duas na verdade.
1- INDICAÇÃO DE ANIMES! POR QUE JESUS...SOU PÉSSIMA
2- Menina sua lenda, ensina como deixar ou da o link de como aprendeu a deixar os comentários separados da postagem, por favor, é a segunda coisa que peço. POR QUE EU ACHO MUITO DEMAIS, (que amor a caps lock) já procurei em todos os blogs e não acho, que coisinha complicad.
EMFIM. SEU BLOG É PERFECT >.<
PARABÉNS PELO PSOT, EU AMEIN. >.<
*-* BJIN NA BUNDA. (que intimidade é essa?)
** *-* bjin no cutuvelo.
MANA, VOCÊ É MEIO LOUCA, EU TÔ RINDO MUITO, SOCORRO!!!!!
ExcluirPrimeiro de tudo obrigada. O layout é da Bruna Borges, eu peguei ele num tumblr de themes há muito, muito tempo. Gosto bastante dele, embora ele já esteja meio velhinho por aqui. Enfim, fico feliz que goste, é mesmo uma graça né?
Okay, próximo ponto. Quanto á indicação de animes é tudo muito relativo. Primeiro eu preciso saber do que você gosta. Eu recomendaria que você lesse as minhas últimas resenhas, vai que algo te agrada?
Certo, próxima pauta, os comentários. MANA EU NÃO SEI! AHAHAHAHAHA. Eu acredito que tudo faça parte do html do template, eu não editei nada dessa parte. Porém, você pode perguntar algo sobre isso nesse link aqui http://www.enjoythings.com.br/ Essa é a menina que fez esse layout, então ela deve saber o que você quer aprender. (Desculpa, não ficou muito específico).
Enfim, mais uma vez obrigada por todo carinho, mana <33
Sei que está bem tarde para comentar em uma resenha antiga, mas uma pessoa me mandou essa resenha e eu não deixei de me admirar.
ResponderExcluirEu sou fanática por animes de mistério e você me fez querer ver exatamente por fala que era disso.
Porém, se estiver procurando animes com foco em música, eu recomendo K-on (É mais comédia e Slice of Life) e Shigatsu wa Kimi no Uso (esse é mais sério e feito pra te fazer chorar). Também já me falaram que Nana e Beck são escolhas agradáveis pra quem gosta de música (principalmente os mangás desses dois).
Enfim, se já assistiu alguma dessas recomendações, sinto muito, mas obrigada pela resenha!
Olá, moça. Olha, levando em conta que tem gente que comenta resenhar minhas de 2012, comentar essa é super safe.
ExcluirEu já assisti K-ON e Kimi no Usu. Eu vivo pra proclamar a palavra de K-ON!!! Já Kimi no Uso eu gosto de alguns personagens e da trilha sonora, mas num geral não é bem um anime de música. É um anime de morte bem novela das 18h. Nana e Beck eu nunca assisti, mas tenho curiosidade sobre o primeiro.
Porém, se você gosta de animes de mistério eu diria pra você assistir Occultic Nine. É um anime de mistério, de fato, muito bem trabalhado, com ângulos visuais ótimos e várias reviravoltas.