E enfim eu tomei vergonha na cara e vim resenhar Vidas Secas. Eu
terminei o livro no fim de semana passado e era pra eu ter feito a resenha um
dia depois da resenha de K-On, mas eu fiquei enrolando e fiquei com preguiça e
acabei não fazendo nada. Então, eu tomei vergonha e vim resenhar, mas eu tô
morrendo de sono, morrendo mesmo, só que se eu não resenhar agora não resenho
nunca mais, então me perdoem se eu disser alguma bobagem muito grande.
Pra começar Vidas Secas é de autoria de Graciliano Ramos e é um dos
livros que está na lista de leitura do vestibular Fuvest e Unicamp, motivo pelo
qual eu li o livro. O livro conta a história de uma família de retirantes
nordestinos e basicamente é bem isso mesmo. Não tem muito o que dizer sobre a
sinopse do livro, porque, ele é exatamente isso a história de uma família de
retirantes nordestinos que, que sofrem com a seca e têm uma cachorra chamada
Baleia.
Vidas Secas é um livro muito surpreendente, digo, pelo menos a mim ele
surpreendeu bastante. A começar pela capa da edição que eu li (a que está na
imagem ai de cima). A ilustração retrata a Baleia, a cachorra da família e, a
arte já é legal porque mostra meio que um aspecto do livro, uma coisa bem
irônica ao meu ver. Uma cachorra chamada Baleia que de baleia não tem nada,
afinal ela é super magrela. Quanto a narração o livro também surpreendeu
bastante. Por tratar da seca e tudo o mais, eu achei que a linguagem ia ser bem
mais maçante e complicada, a julgar por outros livros que tratam de aspectos
semelhantes, mas não é nada disso. A narrativa é bem simples e fácil de
compreender. Tem um ou outro termo mais complicadinho, mas nada que uma boa
olhada com atenção não resolva.
Um aspecto importante da obra é a maneira como os personagens não só são
retratados, como também a maneira que eles mesmo se veem. O Fabiano, o chefe da
família, repete em várias partes do livro que ele é um bicho, e isso é uma
coisa muito interessante. Ele não se vê como um ser humano, ele é só um
nordestino fugindo da seca, vivendo pra servir o patrão, ele não tem estudo e
ele nem precisa de leituras ou coisas do gênero. Isso é meio triste assim, mas
é um retrato que meio que mexe com você, então é legal. Outra coisa muito importante
é que a Baleia, a cachorra, é a mais humana do grupo. O modo como ela é
retratada, as ações e sentimentos dela são todos muitos mas profundos do que o
de qualquer membro da família.
Não é um livro difícil, acho que é um dos mais fáceis da lista de
leitura do vestibular, e mesmo você pensando que ele vai ser uma merda, ele não
é uma merda, ele é legal, não é grande e vale a pena ler. Geralmente livro de
vestibular é sempre um horror assim, poucos se salvam, e Vidas Secas está no
meio daqueles que se salvam.
A narrativa é parada e mortinha, mas não é muito cansativa, você
consegue ler ela até que bem rapidamente, coisa que geralmente não rola com
livros muito antigos, então só por causa disso ele já merece uma estrelinha bem
brilhante. Pra quem gosta dessa temática de seca, nordeste e afins é uma ótima
pedida e pra quem vai prestar vestibular, para logo de enrolar e lê que você
vai se surpreender mesmo.
Basicamente eu acho que é isso, não tem muito o que falar sobre ele,
porque eu gostei, mas não é aquele livro que você fica: nossa que perfeito!
Então, é bem isso mesmo. Pra confortar quem tem de ler, digamos que não dói ler
ele, você nem sente e termina super rápido, então, vale mesmo a pena ler porque
você via se surpreender também, sério.
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