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Resenha: Udon no Kuni no Kiniro Kemari

     A temporada de outubro desse ano contou, como sempre, com uma infinidade de títulos dos mais variados temas, estilos, gêneros e demografias; dentre as séries estreantes nesse período encontra-se o divertido e levinho Udon no Kuni no Kiniro Kemari, que chegou para ocupar o posto de “bálsamo” da temporada. O anime foi adaptado a partir de um mangá de mesmo nome escrito por Nodoka Shinomaru. 

    A história gira em torno de Tawara Souta, um web designer residente de Tóquio que retorna para sua terra natal após a morte de seu pai com o intuito de organizar a casa onde crescera para poder vendê-la. O pai de Souta fora responsável a vida toda por um restaurante de udon (um tipo de macarrão grosso feito com farinha); quando está organizando a parte da casa onde o falecido pai preparava seu o udon, Souta acaba por encontrar uma criança. Após confrontar a criança, Souta descobre que se trata não de uma criança humana, mas de um guaxinim; entretanto, ainda assim ele decide deixar o trabalho para continuar a cuidar do menino, Poco. Assim, os dois começam a viver juntos e, ao cuidar de Poco, Souta começa a reviver as memórias de sua infância e a compreender melhor a relação que tinha com o pai.


   Udon no Kuni é uma narrativa muito gostosa de se acompanhar; a história é levinha, divertida, mas sem deixar de levantar umas questões interessantes referente aos personagens. É muito bonita a forma como Souta se encarrega de Poco, formando uma verdadeira família com o menino, enquanto rememora seus tempos de criança e a relação que tinha com o pai e com a própria família.

   Além da relação de puro amor existente entre Souta e Poco, os demais personagens da série também são super carismáticos e muito divertidos. Desde a irmã mais velha de Souta, Rin, que não tem o menor jeito com crianças; passando por Nakajima, melhor amigo do protagonista, hoje um médico meio mal-humorado; até Mai Manabe, antiga paixão de Souta, agora mãe de um menino e uma menina, que sempre ajuda o protagonista a lidar com toda a situação de criar uma criança.

      Uma das coisas mais legais em Udon no Kuni é, sem dúvidas, a relação de Souta e Poco. Os dois são, verdadeiramente, uma família. Souta se torna um pai absurdamente preocupado com seu filho, Poco, e para ele não importa se este é uma criança ou um guaxinim. Quanto mais o tempo passa, mais apegados eles ficam um ao outro, se entendo cada vez melhor e o expectador vai sendo conquistado cada vez mais por essa família levemente inusitada. 

   O anime contou, ao todo, com doze episódios compostos de muita fofura, humor e, algumas vezes, umas cenas emocionantes. Udon no Kuni é mais um daqueles animes para você assistir e relaxar, sem grandes preocupações ou questionamentos, muito divertido e gostoso de se acompanhar.



Resenha: Bungou Stray Dogs S2

     A primeira temporada de Bungou Stray Dogs foi ao ar em abril de 2016 e se encerrou com um episódio que deixou todos aqueles que haviam gostado do anime ansiosos para a próxima. Em outubro do mesmo ano, eis que a série retorna com um caráter surpreendentemente mais sério e cheia de emoções. 

    Para quem ainda não conhece, Bungou Stray Dogs gira em torno da Agência de Detetives Armados, uma organização composta por membros com poderes especiais que lidam com casos deveras perigosos mesmo para a polícia ou para as forças armadas. Curiosamente, todos os personagens da série possuem nomes de famosos escritores tanto ocidentais quanto orientais.

    Logo no primeiro episódio dessa segunda temporada ocorre uma quebra de expectativa; quem esperava que tudo começasse com o foco na Agência de Detetives Armados se surpreendeu ao ver as cenas que se desenrolavam diante de seus olhos: elas pertenciam ao tempo em que Osamu Dazai ainda era um membro da Porto Mafia. Neste episódio também são apresentados dois novos personagens Sakaguchi Ango e Oda Sakunosoke que serão absurdamente importantes nos primeiros quatro episódios da nova temporada e também reverberarão em alguns episódios posteriores.

    A segunda temporada de Bungou Stray Dogs poderia ser caracterizada pela palavra “surpreendente”; ao final de cada episódio o expectador se vê colado na cadeira ansioso por descobrir o que virá a seguir. Nesta temporada houve uma diminuição nas cenas de humor características, mas sem perder a mão ou deixar o clima do anime mórbido ou chato. A série se apresenta desta vez com um caráter mais sério, sejam pelos relatos dos tempos de Dazai na Porto Mafia, seja pela presença de um novo inimigo comum: A Guilda.

    Diferente da temporada anterior onde a maioria dos confrontos se davam entre membros da Agência de Detetives Armados e da Porto Mafia, na segunda temporada surge um novo inimigo, A Guilda.

        A organização tem, além de outros objetivos, um grande interesse no trigromen e é composta por, atenção aos nomes dos escritores que apareceram nessa temporada: Francis Scott Key Fitzgerald, líder da organização e portador do poder “The Great Gatsby”; Lucy Maud Montgomery, uma órfã maltratada por seus cuidadores que nunca se recuperou de seu trauma, resultando em uma personalidade psicótica. Seu poder é “Anne of Abyssal Red”; Margaret Mitchell, uma mulher arrogante que olha de cima qualquer pessoa, sua habilidade chama-se “Gone with the Wind”; Nathaniel Hawthorne, sócio de Margaret, é um homem de Deus que carrega sua bíblia pra onde quer que vá, seu poder é conhecido como “The Scarlet Letter”; John Steinbeck, parceiro de HP Lovecraft, é um fazendeiro tranquilo e descontraído que vem de uma família de fazendeiros da América do Norte, possuí a habilidade “The Grapes of Wrath”; Howard Phillips Lovecraft, é apresentado como um homem bizarro, que por vezes nem parece humano, embora se distraia facilmente com coisas simples. A habilidade de Lovecraft é conhecida como “The Great Old Ones”; Mark Twain, cuja habilidade denomina-se “Huckleberry Finn & Tom Sawyer”; Louisa May Alcott, a estrategista da guilda utilizadora do poder “Little Woman”; Herman Melville, o membro mais velho da Guilda dono do poder “Mob-Dick; e Edgar Allan Poe, conhecido por sua habilidade “Black Cat in the Rue Morgue”.   

    O design dos personagens — de todos, sem exceção —  é muito bonito e uma das mais coisas mais divertidas de assistir o anime é ficar pensando quem é aquele novo personagem que acaba de aparecer. Isso sem contar às referências que fazem aos autores tanto na denominação das habilidades, quanto no desenvolvimento das personalidades destes.
   
     A segunda temporada do anime não só supriu e alcançou todas as expectativas que a primeira havia instigado, como também deixou todos que acompanharam a série ansiosos para uma próxima. Nessa temporada ocorreu, ainda, uma melhora considerável na animação, o que deixou o lado visual ainda mais agradável. A trilha sonora também não fez feio, nem deixou a desejar.

    Em suma, foi muito prazeroso acompanhar a segunda temporada de Bungou Stray Dogs, com novos personagens, grandes emoções e um tom mais sério que o da anterior, mas sem perder o toque característico da obra. O último episódio deixou, mais uma vez, uma grande expectativa para uma próxima temporada que todos esperamos que venha o mais logo possível.