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Resenha: Saenai Heroine no Sodatekata


   Saekano.... Saekano... Saekano... SAEKANO!!!! E chegou o momento tão esperado, hora de falar do melhor anime da temporada de janeiro de 2015 (pelo menos para mim). O meu, o seu, o nosso, SAEKANO! Adaptado a partir da light novel de mesmo nome, roteirizada por Fumiaki Maruto e ilustrada por Kuherito Misaki, Saenai Heroine no Sodatekata é, simplesmente, diamante em meio às pedras. Sekano gira em torno de Tomoya, um otaku que um dia, após ter uma espécie de encontro predestinado com uma garota em uma ladeira, decide criar um galge moldando sua heroína na garota que ele avistou naquele dia. Entretanto, Tomoya acaba por descobrir que a garota em questão é Kato Megumi, sua colega de classe que, até então, ele nunca tinha notado. Para completar a situação, ele não possui habilidades desenho ou roteiro, o que o obriga a pedir ajuda pra Sawamura Eriri, uma das garotas mais populares do colégio que, em segredo, desenha doujinshis; e Kasumigaoka Utaha, outra garota absurdamente popular, mas que possui outra identidade, a de uma famosa autora de light novels. Juntos, eles começam a desenvolver o jogo, que deverá ser apresentado na Comiket, ao mesmo tempo que moldam Kato em uma perfeita heroína. 

   Saekano é uma perola, juro, mesmo. Quando eu li a sinopse pensei: Mano, é a história de um otaku que resolve desenvolver uma visual novel, isso deve ser legal! E era, e é, meus Deus, como é legal, é fantástico. O anime é muito mais do que eu esperava, muito mais engraçado, muito mais bem feito, muito mais bonito, um enredo muito melhor do que eu pensava.... Esse é o segundo anime harém que eu assisto e fico tipo "Dane-se que é harém eu adoro isso. Adoro tudo, até o harém!" Eu gostei muito, muito, muito mesmo. Eu já estou com saudades, eu já quero mais, quero segunda temporada, quero mais Eriri, mais Utaha, mais Kato, mais Tomoya... Quero mais diálogos estranhos, mais "otakices", mas momentos chuunibyon, mais discursos do tipo "seja quem você é, nunca se envergonhe", quero mais "2D>>3D", quero mais... Quero mais Saekano.

   O anime é bom em todos os sentidos. A arte, a trilha sonora, os personagens... E que personagens, meu Deus! Preciso falar deles, preciso falar do círculo do Tomoya, mas vou esconder dois personagens que aparecem no meio do anime, pois quero a surpresa de todos vocês quando eles aparecerem.

   Então vamos começar pelo Tomoya? Aki Tomoya, otaku assumido, entendido de games, animes, mangás e novels... Óculos (oh, os personagens de óculos...), aquela cara de pastel, aquela paixão, aquela lerdeza, um virjão... O par ideal... Pena que é 2D! Okay, sério agora. Eu gostei muito do Tomoya, ele é mesmo um cara muito legal. Ele é muito bom em ser otaku, ele entende desse universo, concentra suas forças nesse universo... Tomoya é capaz de fazer qualquer novel vender em 5 minutos, só em fazer um review sobre ela em seu blog. Isso sem contar que ele é prestativo e gentil, embora bem idiota, e muitas vezes burro quando o assunto é.... hum... garotas 3D. Ele é a alma daquele jogo, ele quer mais do que ninguém o finalizar e, mais que isso, Tomoya consegue motivar todo o resto do círculo. Tomoya é tão, Tomoya, e isso é, na maioria das vezes, tão bom!

   Então, temos a Eriri.... Minha amada Eriri... Eriri minha vida.... Imaginem uma garota aparentemente fofa, com um lado absurdamente tsundere; imaginem uma pessoa com um rosto angelical, mas com pensamentos nem tão angelicais assim; imaginem aquela garota linda e popular da sua escola, aquela garota com quem você acha que nunca vai conseguir conversar.... Imaginou? Agora imagine que, em segredo, ela é uma talentosa e famosa autora de doujinshis... E, sim, eu estou falando da primeira definição de doujinshi que encontramos na wikipédia. Eriri é essa garota. Eriri é a amiga de infância, Eriri esconde seu lado otaku, Eriri é uma louca ciumenta, absurdamente maravilhosa, escandalosa, linda e com dentinhos pontudos. Sawamura Spencer Eriri é a garota certa para fazer a arte da VN de Tomoya.

   Porém, nem só de arte vivem os games, eles precisam de roteiro. E quem melhor do que Kasumigaoka Utaha, a belíssima aluna do terceiro ano, a maravilhosa Utaha... A estudante prodígio do ensino médio, a famosa autora de light novels.... Famosa no mundo otaku, porque no colégio, Utaha-senpai é somente a lindíssima Utaha-senpai. A Utaha é.... Boa com roteiros, boa com conselhos, boa em escrever loucamente coisas sanguinárias quando está irritada. Ninguém melhor do que a talentosíssima Kasumiagoka Utaha para transformar, em questão de roteiro, Kato em uma heroína.

   E por falar em Kato Megumi, meu Deus, o que é Kato Megumi?! Pensem em um personagem sem graça, apático, nonsense... É a Kato. E é isso que a torna maravilhosa. Kato não é um personagem sem graça, chamá-la de sem graça acabaria com a ideia que se têm de personagens sem graça. A Kato simplesmente não tem.... nada. Ela não se irrita, não se preocupa, não sente ciúmes, Kato não tem sentimentos, Kato é a apatia, Kato é boring... Kato é linda. Kato é incrível, Kato te conquista sem possuir nenhum tipo ou estereótipo, Kato é.... Kato. E Kato está convivendo com um bando de otakus e aprendendo a ser uma perfeita heroína e ela se esforça, à sua maneira, mas se esforça.

    Okay, temos o idealizador, a ilustradora, a roteirista, a heroína... Falta...? A trilha sonora! E essa parte importante fica à cargo de quem? Isso mesmo Hyoda Michiru, a prima de Tomoya. A garota é vocalista numa banda chamada Ice Tail, ela toca guitarra, nasceu no mesmo dia que o Tomoya e..... Bem.... Ela é....  Um pouco exagerada em suas reações e ao mesmo tempo um pouco ingênua em alguns pontos. Digamos que ela ainda não entendeu que ela é uma garota, que o Tomoya é um garoto, e que eles não têm mais sete anos de idade. Ela aparece bem no finalzinho... Mas também aparece no primeiro episódio, então não é spoiler falar dela.

   Pela segunda vez na minha vida, eu gostei de absolutamente todas as garotas, todas. Sem exceção. Cada uma delas é fantástica à sua maneira. E o Tomoya... O Tomoya é um amor cara, eu gosto muito dele. EU GOSTO DE PERSONAGENS OTAKINHOS VIRJÕES, OKAY? Mas, sendo mais séria, Saekano é mesmo uma história legal. Ele vai além de ser só um anime de slice of life sobre um grupo de adolescentes produzindo um jogo, tem algo a mais! Não que ele seja filosófico e profundo, não é isso, é mais uma questão de alguns questionamentos importantes. O Tomoya ele é um otaku e ele não tem vergonha de ser otaku. Ele não se importa se as pessoas vão achá-lo esquisito, ou estranho... E não podemos nos esquecer que ele vive sob o conceito japonês de otaku, que é ainda pior que o brasileiro. Na verdade, o Tomoya me lembrou muito os otakus brasileiros, em um certo ponto. Geralmente, quando eu pensava em um otaku japonês, eu pensava em alguém fanático por só animes, ou só games, ou só mangás... Mas o Tomoya não, ele é aficionado em tudo, ele gosta dos animes, das light novels, dos mangás, das figures, das OSTs, dos games... E eu achei isso muito legal. Eu gostei do fato dele gostar de si mesmo. Porque, às vezes, quando a gente é otaku acabamos tendo vergonha de assumir isso e ter de receber os olhares das pessoas em redor, mas ele não se importa com isso. Ele é Aki Tomoya, ele dita regra no mundo otaku, ele é apaixonado, ele é bom nisso e ninguém, nunca, vai tirar isso dele.


   Saekano foi a grande promessa cumprida da temporada. Ele deixou todo mundo com gostinho de quero mais, ele promoveu surtos, promoveu gritos, emoções... Saekano... Saekano deixou geral com vontade de jogar a visual novel que eles desenvolvem. Ele fez piadas com coisas estranhas, piadas com coisas otakus, piadas com os personagens.... Teve ecchi? Teve! Teve harém? Teve! Teve como shippar? Só se for um personagem com você mesmo.  Mas teve uma abertura e um encerramento viciantes e envolventes, teve identificação, teve feels.... Estou torcendo loucamente para ser confirmada uma segunda temporada. Para que eu possa rir, me divertir e surtar, mais uma vez com Saekano. Para que eu possa assistir esse inusitado círculo desenvolver o melhor galge que a comunidade otaku já viu!

O passado nos condena

   Ainda bem que o tempo passa, a gente muda, evoluí e melhora, não é mesmo? O texto de hoje não é uma resenha, não é um tapa na cara da sociedade, nem um pensamento profundo sobre a nossa existência baseando-se na física quântica (oi?). O texto de hoje é sobre como todo mundo já teve seus tempos negros...

   Hoje eu estava lendo o blog, sim, eu estava lendo meu próprio blog, qual o problema? Eu gosto de admirar minha obra para melhorar ela depois, falou?  Okay, sério agora. Eu estava relendo minhas postagens antigas e eu percebi o quanto melhorei, sério mesmo. Como meu gosto melhorou, minha maneira de expressar minhas ideias melhorou, eu até compreendi melhor um anime que assisti já faz um bom tempo. Então, baseado nisso e outros pensamentos que estavam rodeando minha cabeça eu cheguei a uma conclusão óbvia: todo mundo muda e, muitas vezes, para melhor.

   Não foram só minhas resenhas que melhoraram, minha escrita toda melhorou. Certa vez eu estava relendo minhas fanfics... (Sim, eu escrevia fanfic. Escreveria hoje se tivesse uma ideia boa) E, MANO, COMO EU MELHOREI, CARAMBA. Minhas primeiras fanfics são hilárias, por sorte elas eram de humor, mas elas eram horríveis, cruzes. Dá uma vergonha de saber que fui eu que escrevi aquilo... Mas, ao mesmo tempo, dá uma felicidade saber que eu melhorei.

   Começar, qualquer coisa, é difícil. Seja começar a escrever fanfics, contos ou um blog.... Começar sempre é difícil. Às vezes não temos muita noção do que estamos fazendo, ou como exatamente deveríamos fazer, ou talvez simplesmente não consigamos nos expressar da maneira que desejamos. Mas o legal é o que tempo passa e aí você melhora. E, cara, é tão bom perceber o quanto você evoluiu sabe? Quero dizer, é tão bom ver que antes você escrevia um review de dois parágrafos, mas hoje sua resenha está grande. E não é enrolação é que você sabe quais informações colocar mesmo. É tão legal ver textos que antes só possuíam diálogos e agora têm narrações super detalhadas.... Enfim, essa evolução é, basicamente, a única parte verdadeiramente boa em crescer.

   Às vezes, vemos uma pessoa que está começando a fazer alguma coisa, qualquer coisa, e achamos engraçado ou fazemos piada porque ela não sabe se expressar direito, mas, cara, a gente também já foi assim. Nas fanfics mesmo é assim. Você lê uma fanfic em que a ideia é promissora, mas o desenvolvimento é capenga e aí você abandona e ri. Só que você se esqueceu totalmente de quando você começou. Que as suas primeiras histórias também eram meio capengas, que você vê as coisas de modo diferente agora...

   Enfim, em algum âmbito, o passado nos condena. A mim, a você... Nós todos já começamos algo, já fomos "ruim" em alguma coisa... Sei lá, a gente devia apoiar mais a galera que está começando, sabe? Ser mais compreensivo, não sei. Isso em qualquer meio, qualquer meio mesmo. Todo mundo já esteve na mesma situação, né? Não custa relembrar disso.


   Bom, esse texto foi absolutamente inútil. Foram só uns pensamentos que passaram pela minha cabeça e eu resolvi falar.

Resenha: Akatsuki no Yona



   Duas palavras, um sentimento: AKAI KAMI!!! E o anime da vez é.... Akatsuki no Yona. Adaptado a partir da obra de Mizuho Kusanagi, Akatsuki no Yona, gira em torno de Yona, uma princesa que vê tudo que ela conhece e acredita desmoronar perante seus olhos. Yona é a princesa do reino de Kouka; ela é apaixonada por seu primo, Soo-won e vive feliz no castelo com seu pai, um rei que não gosta de guerras e preza pela paz. Entretanto, num fatídico dia, o gentil e doce Soo-Won assassina o pai de Yona, tomando o reino. A princesa é salva por Hak, seu amigo de infância e "guarda-costas", e juntos eles fogem do castelo. O anime estreou na temporada de outubro de 2014 e foi 2 cour, contando com 24 episódios. 

   Akatsuki no Yona é o que poderíamos chamar de ""shoujo de batalha"" (?) ou, pelo menos, quase isso. Enfim, eu assisti novamente um shoujo cuja trama em si é maior do que o romance e envolve outros elementos e tudo o mais. A história da princesa de cabelo vermelho é bem interessante e até instigante, eu diria. O anime me surpreendeu bastante, a narrativa me surpreendeu bastante. Inicialmente, eu não ia assistir Akastuki no Yona. Quando eu estava fazendo a lista da temporada de outubro de 2014 uma amiga estava ao meu lado; quando chegou a vez de ler sobre Akatsuki no Yona, minha amiga encarou a imagem e disse: "Gostei desse, assiste esse!" Então eu li a sinopse e achei a proposta interessante.... Aí deu no que deu.

   O que eu gosto nesse anime é, inicialmente, ele mostrar para todo mundo que não existe só shoujo de comédia romântica. Akatsuki no Yona mostra que shoujos possuem comédia e romance, mas esses não precisam ser os elementos centrais da trama e que esses elementos não precisam ser tratados em todas as tramas da mesma maneira. Em segundo lugar, eu gosto da Yona e da evolução dela, ou melhor, da busca pela evolução. Yona é uma garota de 16 anos que, do nada, têm sua vida virada de cabeça pra baixo. Ela perde o pai, foge do castelo ao qual pertence e tem de ver, de perto, como é seu reino de verdade. Ela começa a observar como é a sua terra, a terra que ela herdou, a terra que seu pai governava. Yona vê como as coisas são de verdade e quer fazer algo sobre isso, quer transformar a situação e para isso vai precisar de muita força. Isso sem contar o fato de que ela não tem como se defender sozinha; ela não sabe nenhum tipo de arte marcial, não sabe usar nenhuma arma, isso a torna totalmente dependente de Ha, mas ela também quer mudar isso. De um modo geral, o que Yona busca é força, seja ela física, mental, espiritual... Yona quer se tornar forte, cada dia mais forte, ela precisa ser forte, porque sua vida não é mais a mesma e nunca mais vai ser.

   Outra coisa que eu gostei bastante no anime foi a trilha sonora. Mais precisamente, a primeira abertura. Aquela peninha dá um clima tão gostoso para o anime, prepara o nosso coração tão bem para as emoções que virão.... Todos esses fatores somados à lembrança que a música me traz de InuYasha, nossa...

   Os personagens também são muito cativantes, todos; cada um tem alguma coisa que o torna especial e carismático, você acaba gostando bastante deles. Pelo menos quando se trata dos companheiros da Yona. E, não podemos deixar de falar do Soo-Won que é um baita mistério. Ele é absolutamente gentil e inteligente, mas então parece se desdobrar em um baita vilão, entretanto, parece que ele sofre muito também. Ele é complexo, não dá para saber o que o Soo-Won pensa realmente, não de maneira clara. De certa forma, à sua maneira, Soo-Won também é um personagem cativante.

   Mas, se falamos de Soo-Won, por que não falar de Hak? O Hak é, inicialmente, um General do castelo e líder da Tribo do Vento. Ele também é conhecido como Trovão e é uma espécie de "guarda-costas" da Yona. O Hak adora provocar a Yona e isso se mantém mesmo depois que eles fogem do castelo, ele tem um jeitão meio mal-humorado que casa perfeitamente com a aparência e com o resto da personalidade dele.

   Agora, eu vou falar sobre os personagens que vão aparecendo no decorrer do anime, portanto, se não quiser receber spoiler pule esse e os próximos três parágrafos. Vamos começar pelo Yun, o gênio bonitão capaz de fazer absolutamente qualquer coisa, ou quase qualquer coisa. O Yun é uma graça. Ele é mesmo um gênio, é mesmo bonitão (ainda que com feições meio femininas...) e ele é aquela pessoa que te dá casa, comida e roupa lavada. O Yun é um personagem bem massa, responsável por grande parte das minhas risadas durante o anime. Seria Yun a figura materna e responsável daquele grupo? Provavelmente!

   Se vamos falar dos companheiros da Yona, vamos falar dos dragões também, certo? Começando pelo Ki-ja, o dragão branco. O Ki-ja é vaidoso e gosta de se mostrar; ele é bem confiante em seus poderes advindos do sangue do dragão e esperou a vida toda para encontrar seu amado mestre e lutar por ele. O Ki-ja é uma graça, sério. Ele é o típico menininho rico jogado numa vida sem muito conforto, mas ele não reclama muito não, só as vezes.

   O segundo dragão a aparecer é Shin-ha, o dragão azul. O Shin-ha é a fofura em pessoa. Ele é todo tímido e caladão, mas é muito gentil e dedicado. O terceiro, quase mais cômico, mas com certeza mais espalhafatoso dragão é o Jae-Ha, o dragão verde. Jae-Ha é o rebelde, aquele que quer lutar contra seu sangue de dragão e seu destino. Ele é muito engraçado porque tem aquela personalidade galante e convencida e fala umas coisas que promovem interpretações bem duplas.

   O último dragão é o Zeno, o dragão amarelo. Zeno é hilário, mesmo. Ele é leve, divertido, meio maluco, desligado, ele tem uma personalidade muito legal, não sei explicar. Ele me transparece uma leveza, uma vontade de rir... O Zeno é desajeitado, comilão... O Zeno é perdidinho perdidinho da vida... O Zeno é.... O Zeno!

   Já deu para perceber que eu gostei bastante de Akatsuki no Yona. Não foi meu anime favorito de nenhuma das duas últimas temporadas, mas foi um anime bem legal, ao meu ver. Fazia tempo que eu não assistia um anime que se passasse na época dos reinos e tudo o mais, então, foi legal voltar a isso. Akatsuki no Yona é emocionante e engraçado, com algumas cenas mais sérias; ele traz à tona alguns questionamentos muito bons sobre a forma de governar um reino e tudo o mais, achei digna essa parte.

   O mangá ainda está em lançamento. Não sei se já tem scan em português, mas creio que tenha. Sei que tem no Manga Fox, mas lá é em inglês, e em outros sites em espanhol. Como eu já disse, é um shoujo muito bom com um enredo que prioriza muitas coisas além do romance. Portanto, sim, eu recomendaria Akatsuki no Yona à um amigo. Então, para terminar essa resenha, vamos a uma reflexão: Akatsuki significa aurora ou amanhecer; quando está amanhecendo, por conta dos raios solares, o céu tende a atingir uma coloração laranja ou avermelhada. Os cabelos da Yona são vermelhos. Akatsuki no Yona seria, ao meu ver, o amanhecer da própria Yona, o amadurecer da protagonista, a jornada no sentido literal e não literal da princesa de cabelos vermelhos. Bem poético, não? Dá ou não dá vontade de acompanhar esta história?

Resenha: Absolute Duo



   Vai um anime harém, com ecchi clichê aí, gente? A temporada de janeiro deu seu adeus nessa semana, então está aberta a temporada de resenha dos animes da temporada! E o primeiro anime sobre qual eu vou falar é Absolute Duo. Baseado numa light novel de mesmo nome, roteirizada por Takumi Hiiragiboshi e ilustrada por Yuu Asaba, Absolute Duo tem como protagonista Kokonoe Tooru. Tooru é portador de um Blaze, a manifestação da alma humana em forma de arma, e vai para uma escola onde os alunos são ensinados a utilizar, evoluir e melhorar seus respectivos Blazes. Acontece que a escola se utiliza do sistema de Duos, cada aluno tem um parceiro de luta, e assim Tooru acaba vivendo com uma bela garota de cabelos prateados. 

   Só pela sinopse já dá para perceber que ocorrerão muitos incidentes nesse anime, certo? Veja bem, um garoto de o que? 16 anos? morando junto com uma garota... Todos sabemos muito bem como essa história termina. Mas esse não foi meu problema com Absolute Duo. Logo nos primeiros episódios eu fui percebendo que o anime tinha uma pegada mais harém e a cada episódio a sua promessa de ecchi se intensificava mais e mais.... Porém, esse também não foi meu problema com Absolute Duo.

   O meu problema com esse anime foi o seguinte: ele meio que decepciona. A abertura dele é bem boa, ela dá a impressão de que o anime vai ser bem emocionante. Ela dá a impressão de que em um determinado momento da trama vão ter altas coisas explodindo e tudo o mais... Mas não tem. Pela abertura você espera muito mais ação e emoção nos episódios e isso não acontece. Não que os episódios sejam todos sem graça, ou que a história se desenvolva de maneira muito ruim, é só que eu esperava mais mesmo. Do último episódio principalmente.

   Foi uma perda de tempo total? Não. Eu me diverti em alguns momentos com o anime? Sim. Foi o pior anime da temporada? Não. Foi o melhor? Também não. Foi um anime mediano? Foi. Ele é legal, tem umas lutinhas maneiras, umas cenas engraçadas, uns personagens fofos. É um anime assistível. Eu achei que o protagonista fosse evoluir mais, não em poder, mas em personalidade mesmo. Digamos que ele ficou muito estagnado durante os 12 episódios. Entretanto, preciso admitir que no último episódio tem umas cenas legais. Tem uma cena em especial com um discurso bem bonito, com a opening tocando no fundo.... Enfim, não foi tudo perdido mesmo.

   Inicialmente, Absolute Dou me lembrou um pouco Strike the Blood.  Não em quesito de enredo, mas um pouco em quesito de forma.... Ah, vocês sabem do que estou falando né? O protagonista boa praça e bacana que quer proteger a parceira.... Aí todas as minas se apaixonam por ele... E elas sempre caem com os peitos na cara dele... Aí ele é acusado de ser tarado.... Talvez eu tenha dado uma desanimada com Absolute Duo por conta disso também. Eu já passei por toda essa forma e processo com Strike the Blood, então as vezes eu ficava meio: poxa, de novo? Entretanto, para quem gosta mais de ecchi, acho que, provavelmente, vai gostar mais de Absolute Duo. Eu estava esperando mais pancadaria mesmo, mais ação.... Porém, a trama do anime não é ruim não. Tem uns mistérios bacaninhas que te deixam curioso.

   Saldo final de Absolute Duo: ecchi, harém, Julie é uma fofa, Tooru é o que se espera do protagonista desse gênero de anime. A op prometia, o anime não cumpriu, ainda assim rolaram umas lutas bacaninhas. Se eu recomendaria o anime? Depende do que você está procurando. Se você quer um harém, ecchi, com personagens fofas, um protagonista boa praça e umas lutas para não ficar tudo só no slice of life, vai fundo bróder! Se não.... Bem, aí é outra história né? Ah, mas não dizerem que só falei mal, deixo um ponto positivo: achei as endings (sim, no plural) fofas e chicleteiras. E, sim, preciso admitir, Julie e Tooru são o Duo perfeito!


   

Que livro é esse que você tá lendo?

   "Que livro é esse que você tá lendo?" Essa, sem dúvida, é uma das perguntas que eu mais respondi na minha vida. Se você, assim como eu, carrega um livro pra todo lugar que vai, seja esse lugar a faculdade ou o mercadinho da esquina, com certeza alguém já te perguntou isso. Principalmente, se a pessoa em questão também gosta de ler. Porque quando você gosta de ler a primeira coisa que salta aos seus olhos quando você encara uma pessoa é, obviamente, o livro que a pessoa está lendo.

   Okay, certo, mas disso todo mundo já sabe não? Sim, todo mundo sabe e isso é ótimo, diga-se de passagem, porém nem tudo são flores. Quando você é uma pessoa que gosta de ler, provavelmente, você vai ter de enfrentar diferentes situações na sua vida por conta desse hábito. Na escola, ensino fundamental e/ou médio, pelo menos um colega seu vai te perguntar se você vai construir uma casa com aquele seu livro de mais de 500 páginas; ou vão te perguntar qual a graça dos livros; ou, em última estância, se você for uma pessoa mais quieta e tímida, você vai ser o anti-social da turma (não que isso esteja diretamente ligado ao hábito da leitura, não está, mas que esse esteriótipo errôneo rola, isso rola sim). E para todas essas questões só há uma solução: você finge que não tá ouvindo e continua lendo seu livro calmamente.

   Quando você termina o colégio você pensa "poxa, tô livre pra ler o que eu quiser sem ninguém me encher o saco e..." No, no, no, no, my friend. Você está livre para ler o que quiser, exceto, SE VOCÊ FIZER FACULDADE DE LETRAS! Aí você deve estar se perguntando, mas Letras num é onde está o povo que gosta de ler? É, mas lembrem-se amiguinhos, existe gente chata em tudo que é lugar, isso incluí o curso de Letras também.

   Para quem não ainda não sabe, eu faço Letras. Certo dia, eu estava lendo na sala de aula e uma colega minha veio, me cumprimentou e perguntou o que eu estava lendo. Eu levantei o livro e mostrei a capa de "O Senhos dos Ladrões". Minha colega sorriu e ficou tipo "claro que você estaria lendo, Cornelia Funke". Então, eu olhei pra minha colega e falei "Sou uma criança quando o assunto é literatura, sou mesmo uma criança!". Então, essa minha colega, muito gente fina por sinal, disse que também gostava desse tipo de livro, mas que nem sempre lia eles pela Letras porque se não ficava com má reputação. E, pra completar, ela disse que certa vez, enquanto falava sobre Percy Jackson com uma amiga, recebeu olhares um tanto reprovadores por parte de pessoas que estavam no recinto. Ai eu pergunto pra vocês: Qual é o problema em ler Percy Jackson? Quem foi que inventou que estudantes de Letras só podem ler livros escritos por pessoas que já morreram?

   De fato, apesar de não parecer, existe uma espécie de divisão entre a literatura estudada pelos críticos e um outro tipo de literatura; uma literatura que não merece atenção seja por ser "ruim", "popular" ou "infantil". Okay, que as obras que estudamos na Academia, tendem a  possuir mais profundidade do que os livros que foram lançados nos últimos dez anos pode até ser verdade, entretanto... Por que o fato de eu ler Bocage tem, necessariamente, de excluir o fato de eu ler, sei lá, Jogos Vorazes? Não é possível estabelecer uma relação entre o clássico, o cultie, o profundo, o popular e o mainstream? Toda obra que vende bastante é mesmo ruim? Tá escrito em algum lugar? Em alguma Bíblia dos Letrados? Porque se tiver eu preciso ler isso agora mesmo.

   Eu gosto de ler desde que me entendo por gente. Eu gosto de livros. Eu queria aprender a ler, porque meu sonho era poder ler livros, todos os livros, variados tipos de livros. Eu li O Senhor dos Anéis aos 14 anos, e na mesma época eu li Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Os Lusíadas. Eu sou fã de Harry Potter, apaixonada pela Lygia Bojunga, doida pelos livros da Renata Ventura e gosto de Cecília Meireles e Clarice Lispector. Eu li Grande Sertão: Veredas, antes de entrar na faculdade! E não foi por obrigação, foi opção mesmo, eu queria saber como era. É claro que quando eu li essas obras complicadas estando ainda no colegial eu não consegui absorver tudo que a obra podia me proporcionar, mas eu achava legal me desafiar e ler algo completamente diferente. Hoje, ou amanhã, quando eu reler esses livros, eu vou ter uma visão completamente diferente e mais clara e isso vai ser ótimo, porque eu já conhecia a obra antes e vou poder entender coisas que, aos meus 17 anos, não conseguia compreender. O meu amor profundo por fantasia e infanto-juvenil nunca me impediu de sentir vontade de ler os clássicos, nem de tentar compreender esses livros mais complicados. Você gostar de uma coisa não precisa, necessariamente, excluir a outra. Você pode escolher um dos lados, ou transitar entre os dois procurando o que mais te agrada dos dois mundos. Ninguém que gosta de ler começou lendo Drummond; você pode até ter começado por Bandeira, mas também precisa admitir que não entendia o porquê do cara fazer um poema sobre o porquinho da índia embaixo do fogão.

    Então, sejamos honestos, sim? Sem Harry Potter, milhares de pessoas ao redor do mundo não teriam conhecido o prazer da leitura. Talvez, se alguma pessoa não tivesse lido Harry Potter aos 11 anos, não teria lido O Senhor dos Anéis aos 16, ou Kafka aos 20. Vamos parar com esse preconceito de achar que uma pessoa que lê Divergente não é capaz de ler e entender Edgar Allan Poe. Vamos aceitar que uma coisa não excluí a outra, vamos permitir que uma pessoa leia Instrumentos Mortais e Sherlock Holmes. Livros são livros, não é mesmo? Todo mundo direito a se expressar como quiser, escrever o que quiser, e ler o que quiser. Afinal, gosto cada um tem o seu e livro favorito é igual namorada: pode não ser a garota mais bonita da rua aos olhos de todo mundo, mas é única pra você e é só isso que importa!