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Resenha: Matilda

"Matilda?! Eu devo ter assistido esse filme milhares de vezes!"









Tenho algumas dúvidas se posso confiar em pessoas que nunca assistiram Matilda na Sessão da Tarde! Eu devo ter assistido umas quinhentas vezes e assistiria mais quinhentas se me deixassem. Na verdade, se eu pudesse, eu traria Matilda à vida e faria dela minha melhor amiga...

Matilda foi um filme marco da infância de toda uma geração, mas a esperta garotinha saiu, inicialmente, de um livro. Sim, se alguém ainda não sabia, agora sabe, Matilda é uma adaptação literária. O livro, de mesmo nome, foi escrito por Roald Dahl, que também escreveu As Bruxas (que foi adaptado para o cinema no filme Convenção das Bruxas) e A Fantástica Fábrica de Chocolate (que deixou a imagem de Willy Wonka e seus Umpa Lumpas coladas em nossas retinas).

   Publicado pela primeira vez em 1988, Matilda, é um daqueles livros que você lê depois de adulto, suspira e pensa: "Que coisa mais bonitinha!" Engraçado e inegavelmente inteligente, o livro conta a história de uma garotinha prodígio membro de uma família incapaz de valorizá-la. Desde criancinha Matilda sempre demonstrou ser especial, falando como um adulto muito rapidamente e, aos três anos, aprendendo a ler sozinha. Quando começa a frequentar a escola ela se vê diante de uma diretora arbitrária, uma professora doce como mel e descobre ser ainda mais especial do que já era. 

   O livro e o filme são muito parecidos. Matilda foi absolutamente bem adaptado. A caracterização da Trunchbull, chamada no livro - segundo a tradução que eu li - de sra. Taurino, é muito boa. A Trunchbull que vemos no filme é incrivelmente correspondente à retratada no livro. E quanto à interprete da protagonista, eu não poderia imaginar outra pessoa dando vida à Matilda se não Mara Wilson.

     Com relação à trama em si, Matilda é aquela coisa maravilhosa que todos já conhecemos. É engraçado, bonitinho, divertido, leve e, por vezes, revelador. Precisamos admitir, existem citações fantásticas tanto no livro quanto no filme. E nossa criança prodígio é, deveras, cativante. Matilda, é um daqueles livros que você não se contenta em ler, tem de ter na estante. Tem de poder tocar na lombada, abrir, cheirar as páginas.... É a mistura exata de nostalgia e paixão nos colocando em um estado de maravilha. Ao mesmo tempo que você relembra a sua própria infância é capaz de enxergar esta ou aquela coisa de modo completamente novo. Aos que leem ou assistem pela primeira vez, se veem imersos em um grande sonho. Porque estar com Matilda é como estar mergulhada num maravilhoso sonho inexplicavelmente prazeroso.

       Depois de algumas horas perdido nesse universo, você percebe uma coisa: se Matilda é capaz de derrotar seus vilões, você também é capaz de derrotar os vilões de sua vida. A coisa que eu mais gosto em Matilda é que ela é forte, corajosa e inteligente. E ela ama livros e aprende tudo nos livros e é nos livros que se concentram sua maior força. Ela aprende sobre o mundo com eles, aprende a ser forte com eles e foi através deles que ela percebeu que podia lutar à sua maneira. No filme, os adultos repetem o tempo todo para ela "Porque eu sou grande e você pequena, porque eu sou forte e você fraca, porque eu estou certo e você errada!" mas Matilda tinha algo que eles não tinham, sua esperteza e essa era uma coisa que nenhum deles jamais compreenderia ou poderia tirar dela.

      Matilda foi uma das heroínas de minha infância e foi uma companheira maravilhosa por muitas tardes de minha vida. Lendo o livro agora eu pude perceber o quão graciosa é esta história. Muito mais graciosa do que eu me lembrava, muito mais bonitinha. Matilda foi a primeira personagem a compreender inteiramente o meu amor pelos livros e a primeira a me mostrar que eu não estava errada em gostar tanto deles assim. Matilda é uma porta para se sonhar e, por que não, refletir? Afinal, quando terminamos de ler o livro ou assistir ao filme, uma única ideia paira sobre nossas cabeças: assim como Matilda, nós não estamos sozinhos!

                                     




    


   

2 comentários:

  1. Ótimo texto , expressou muito bem o sentimento que essa obra maravilhosa proporciona

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  2. Fiquei emocionada de verdade, lerei o livro imediatamente!

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