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Resenha: Ao no Kanata Four Rythm


Quando faço a lista dos animes que acompanharei durante a temporada vigente me deparo com muitas histórias diferentes. Algumas me ganham rapidamente, outras não consigo me conectar de forma alguma e, vez por outra, me vejo diante de surpresas muito agradáveis. Foi isso o que aconteceu com Ao no Kanata no Four Rhythm.

Abreviado como Aokana, Ao no Kanata no Four Rythm é, originalmente, uma visual novel lançada em novembro de 2014. A história se passa numa realidade onde as pessoas usam calçados que permitem que elas voem, os chamados Grav-Shoes. Nesse universo há um popular esporte conhecido como Flying Circus (FC). Hinata Masaya tinha um futuro brilhante no FC, mas após uma derrota humilhante e algum outro motivo, acaba abandonando o esporte. Entretanto, ao conhecer a aluna transferida, Kurashina Asuka, recupera sua paixão pelo esporte ao ensiná-la a voar.

Quando li a sinopse de Aokana não dei absolutamente nada por ele. Inicialmente, eu nem ia assistir, entretanto, o PV foi tão bonito que pensei: por que não? Durante os primeiros episódios não vi nada de especial no anime; na verdade, eu pensei que ele fosse ser apenas mais um anime mediano, ou até mesmo enveredar para o lado do ecchi e harem.... Felizmente eu estava errada.

Aokana, dentre os animes que acompanhei na temporada de janeiro, teve um dos melhores desenvolvimentos. Não digo isso porque ele é algum suprassumo ou algo do tipo, mas porque ele superou as expectativas. Apesar de aparentar não ter nada de especial, ou dar indícios de ser apenas mais um anime com um enredo interessante e mal aproveitado, Aokana é muito maior do que tudo isso. A história vai se desenrolando aos poucos e é dado um grande destaque para o esporte. O Flying Circus não é apenas um plano de fundo ou alguma espécie de desculpa para gerar fanservice. O esporte é desenvolvido e se mostra muito emocionante! A cada episódio as partidas vão ficando mais acirradas, mais bonitas, mais impactantes... E a maneira como isso se dá é algo muito agradável. Você se sente surpreendido a cada episódio, você vê a história crescendo diante dos seus olhos, é uma ótima sensação.

O núcleo de personagens também é um fator a ser considerado em Aokana. Apesar de nem todos eles terem sido desenvolvidos na rota que o anime adaptou, todos são bem carismáticos. A começar pelo próprio Masaya. Ele é um ex-jogador de FC que não quer mais saber do esporte, entretanto, quando a Kurashina entra na história e ele começa a ensiná-la a voar, os sentimentos dele pelo FC começam a aflorar novamente. De uma certa forma, a Kurashina acaba arrastando o Masaya de volta para o FC, principalmente porque ela começa a praticar o esporte da forma mais inusitada possível. Quanto à personalidade do próprio Masaya, ele soa meio reservado e, ao mesmo tempo, o mais centrado dos personagens, visto que os outros estão sempre muito agitados. Esse ar mais “sério” do Masaya me conquistou bem rápido, ele foi o primeiro personagem de quem gostei.

Quanto à aluna transferida, Kurashina Asuka, só tenho elogios a tecer. No começo, a Asuka me irritou um pouco. Ela era engraçada, mas a voz dela é muito aguda, isso sem contar que a garota parecia ser só mais uma daquelas personagens moe meio burrinhas, porém sem nenhum toque especial. Entretanto, conforme os episódios foram passando e a história se desenvolvendo acabei me apaixonando totalmente por ela. Asuka é animada e simples, além de hilária. Tudo bem, tudo bem, a voz dela ainda me irrita um pouco, mas ela tem algo que te conquista aos pouquinhos. Talvez porque ela seja muito inocente, talvez porque ela sempre veja o lado bom de tudo, talvez porque ela esteja sempre pronta a aprender mais, ou talvez porque ela é absurdamente atrapalhada e não se importa com isso... Os motivos são muitos e até mesmo incertos, mas a Kurashina se tornou a minha personagem favorita ao final de tudo. Para coroar, a garota protagoniza algumas das partidas mais emocionantes de todo o anime.

Apesar de Masaya ser o grande “treinador” da Kurashina, como ela mesma o chama, não foi apenas ele quem a ensinou a voar, mas também sua colega, Tobisawa Misaki. A Misaki é um estudante do segundo ano da mesma classe do Masaya e da Kurashina. Ela já havia praticado FC antes e acaba voltando a praticar o esporte, em partes, também pela influência da Asuka. Misaki é super dorminhoca, aquele tipo de pessoa que não funciona nem um pouco pela manhã e sua comida favorita é udon. Inclusive, Misaki é levada a fazer muitas coisas em troca de comer udon. Se comparada à Asuka acaba tendo uma postura mais séria, porém tem um lado meio agressivo, embora não chegue a ser cem por cento uma tsundere. Tobisawa é absurdamente bonita e acaba desenvolvendo uma amizade bem bonita com a Asuka. Ela também vive sendo seguida por uma caloura, Arisaka Mashiro.

Mashiro é uma caloura completamente apaixonada pela Misaki, em todos os sentidos, diga-se de passagem. Na verdade, em muitos momentos ela é até que bem ciumenta, o que gera cenas engraçadíssimas. Mashiro começa a praticar FC pelo simples motivo de Misaki ter voltado a praticar o esporte; entretanto, ao longo da história ela acaba pegando gosto pela coisa e desenvolvendo seu próprio estilo. Mesmo tendo “entrado só por entrar”, acaba se revelando uma jogadora muito esforçada.

Esses são os personagens com que mais se tem contato logo no início do anime. Existem outros personagens importantes, porém como eles aparecem mais para a frente ou tem algum tipo de inserção meio misteriosa, não vou falar deles para não dar spoilers.

Acho que de todos os animes da temporada de janeiro Aokana acabou se tornando um dos meus favoritos. Foi muito empolgante e divertido acompanhá-lo, foi minha grande surpresa, foi minha surpresa favorita. Eu não dava nada por ele, absolutamente nada, e quando dei por mim esperava ansiosa por cada novo episódio. Fiquei absurdamente feliz do Flying Circus não ser tratado de forma leviana, a maneira como o esporte está inserido na história torna tudo muito interessante. E as cenas das partidas são lindas. O último episódio tem a partida mais linda e emocionante de todas. Eu fiquei extasiada. A maneira como tudo foi feito, a música tocando no fundo, toda a trajetória dos últimos episódios que havia levado os personagens até aquele momento.... Foi muito empolgante e divertido.

Com relação à opening e ao ending eles são bons e combinam bastante com todo o clima da história. A animação é boa também, inclusive nas partidas, as cenas foram bem-feitas.  Aokana foi bonito, em todos os quesitos.

Aokana é um daqueles animes que eu recomendaria para as pessoas. Ele é surpreendente, ele é gradativo, ele fica melhor a cada episódio. É uma escala que só vai para cima e não decepciona, o final é tão empolgante quanto os episódios que o antecedem prometem. Além de tudo, Flying Circus é um esporte onde garotos e garotas competem um contra o outro. Não há divisão por gênero porque é um esporte onde as pessoas voam, então ambos os sexos podem competir em pé de igualdade. Isso sem contar que esse é um dos poucos animes onde garotas praticam um esporte e esse esporte não é usado apenas como forma de sexualizar as meninas em questão.  Em suma, gostei muito de Aokana. Foi bonito, surpreendente, empolgante e divertido, convincente, leve, apaixonante. Tão convincente, leve e apaixonante quanto a própria Asuka.





Um comentário:

  1. Que site mais apagado. Deixa essas letras mais escuras e deixa de frescura. Nem dá para ler direito.

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