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Resenha: Bungou Stray Dogs

Um garoto órfão. Um gigantesco e poderoso tigre azul. Uma agência de detetives portadores de habilidades especiais. Uma máfia perigosa. Esses são alguns dos elementos que fazem parte da trama de Bungou Stray Dogs. Nakajima Atsushi foi expulso de seu orfanato, não tem para onde ir e nem o que comer. Um dia, quando está na beira de um rio, quase morrendo de fome, acaba salvando um homem que tentava cometer suicídio. O homem se chama Dazai Osamu; ele e seu parceiro, Kunikida, fazem parte de uma curiosa agência de detetives. A Agência de Detetives Armados é composta por membros portadores de poderes especiais, eles lidam com casos muito perigosos para a polícia ou as forças armadas. Osamu e Kunikida estão rastreando um perigoso tigre que andou rondando a área; as aparições do tigre começaram na mesma época que Atshushi chegou à cidade. O tigre parece ter alguma ligação com o garoto órfão e, após o caso ser resolvido, Atsushi se envolve cada vez mais com Dazai e A Agência de Detetives Armados. 
Bungou Stray Dogs é um mangá escrito por Kafka Asagiri e ilustrado por Sango Harukawa. A adaptação em anime foi produzida pelo estúdio Bones e dividida em duas partes. A primeira parte foi ao ar durante a temporada de abril desse ano e contou com doze episódios.
Uma das primeiras coisas que devem ser ditas com relação a Bungou Stray Dogs é que o anime não é uma "grande obra de arte". Não é o melhor anime do mundo e talvez não tenha sido nem o melhor da temporada, porém, ainda assim, à sua maneira, ele é bom. Stray Dogs é divertido e engraçado e, apesar de seus personagens serem bishounen, a história toda não é só um grande "fujoshi-bait". Há um enredo de fato; coisas acontecem, conexões são descobertas, ligações são percebidas.... Não é tudo jogado ou só uma desculpa para fazer mídia com personagens bonitos, tem história de verdade. Inclusive o anime termina com um gancho muito legal. Desde o começo do episódio final o expectador está esperando e percebendo alguma coisa, mas não espera que vá  seja AQUELA coisa.     
Os personagens, em geral, também são muito carismáticos. Os membros da Agência de Detetives Armados são, em sua maioria, muito engraçados. Cada um com um jeito especial. E até mesmo os "vilões" da Porto Mafia têm seu charme. Comecemos pelo próprio Atsushi, o garoto abandonado até mesmo pelo orfanato onde morava. Ele possui uma habilidade especial muito poderosa, mas não tem lá muito controle sobre ela. Atsushi é, por assim dizer, um amor de pessoa; aos poucos ele vai desenvolvendo melhor sua relação com os membros da agência, seus poderes e se tornando mais forte e corajoso.
   
Temos então, Dazai Osamu, o cara do suicídio. Dazai é, de uma certa forma, um personagem bem descolado. Sua habilidade especial permite que ele anule os poderes de qualquer inimigo, o que torna um oponente muito difícil de derrotar. Não foi à toa que Atsushi o conhece enquanto ele tenta se suicidar, Dazai é doido por suicídios. Está sempre tentando se matar de uma forma diferente e cômica. Sua dupla na agência é o sério Kunikida.
   
Kunikida Doppo é um ex-professor de matemática de semblante sério e severo. Ele anda para todos os lados com uma espécie de caderno e fica maluco com as tentativas de suicídio e demais bobagens que Dazai apronta. Entretanto, apesar de ter essa aparência dura, Kunikida tem um coração bem nobre e sempre tenta salvar todo mundo.     

Os demais membros da Agência de Detetives armados tiveram, nessa primeira temporada, um menor destaque no decorrer dos episódios. Ainda assim é relevante citá-los: Tanizaki Jun'chiro é um garoto mais ou da mesma idade de Atsushi, sua habilidade é conhecida como Light Snow e permite criar ilusões dentro de uma determinada área; Edogawa Ranppo é o detetive com mais cara de detetive de todos. Ele tem uma super dedução e é capaz de descobrir o culpado e como se deu um crime somente ao observar as evidências e pensar sobre elas; Miyazawa Kenji é um garoto muito meigo e educado que resolve todos os seus casos na base da gentileza e/ou da cortesia. Apesar da aparência frágil, quando  faminto o garoto se torna possuidor de uma força sobre-humana; Yosano Akiko é a médica da agência, seu poder é conhecido como Thou Shalt Not Die, o único problema é que a habilidade só funciona quando o paciente em questão está à beira da morte; Tanizaki Naomi é a irmã de Jun'chiro e não possuí nenhuma habilidade a não ser um grande afeto pelo seu irmão; por último, temos Fukuzawa Yukichi, o chefe da agência que só aparece quando as coisas estão mesmo num estado crítico. 

   
Dos membros da Porto Mafia é necessário destacar Akutagawa Ryunosuke e sua habilidade conhecida como rashomon. Poderia descrever Akutagawa como uma pessoa muito raivosa; poderosa e raivosa. A cada aparição dele é possível perceber quanta ira ele tem guardada dentro de si. Ele também é responsável por algumas das melhores cenas de ação de toda a trama.
   
E por falar em cenas de ação, são elas uma das coisas mais legais de todo o anime. Elas são bem-feitas e devidamente emocionantes. Explosões, coisas quebrando, habilidades novas aparecendo e confrontos que não ocorrem de forma leviana. Bungou Stray Dogs acabou tendo uma quantidade de cenas de luta e confrontos maior do que o esperado. Nesse quesito o anime saiu melhor que a encomenda.
   
Um outro ponto consideravelmente atraente de Bungou Stray Dogs é o curioso fato de os personagens possuírem nomes de escritores e/ ou personagens literários famosos, tais como: Dazai Osamu. Dan Brown e Agatha Christie. É muito legal quando aparece um personagem novo e, ao ouvir o nome, perceber a qual escritor o nome do personagem está relacionado.
   
Num geral Bungou Stray Dogs foi um anime gostoso de se acompanhar. Possuidor de uma história interessante, uma boa trilha sonora, uma animação acima da média e personagens capazes de dar um "Q" a mais no todo da obra. Como já dito, não é o melhor anime do mundo, nem foi o melhor da temporada; Bungou Stray Dogs foi e é Bungou Stray Dogs, e isso já está de bom tamanho. 
 

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