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Resenha: As Brumas de Avalon (série)



   Enfim eu terminei a série "As Brumas de Avalon". Eu andava enrolada com essa série desde o ano passado. Eu comecei a ler, só que eu tava em ano de vestibular, aí eu tinha de estudar e ler os livros pro vestibular e acabei não terminando a série. Entretanto, agora que eu estou na faculdade (eu consegui, bitches), resolvi tomar vergonha na cara e terminar logo os livros.

   De autoria de Marion  Zimmer Bradley, As Brumas de Avalon é uma série composta por quatro livros, e conta a história dos tempos do rei Artur, sob a perspectiva das mulheres da época. Eu já tinha ouvido falar dessa série, então, quando consegui os três primeiros livros fiquei toda animada. Como eu já li os primeiros dois livros a um tempo considerável, a resenha não vai ser a melhor de todas, mas vou me esforçar.

   O primeiro livro da série, A Senhora da Magia, narra os fatos que ocorrem antes do nascimento de Artur até a coroação dele como rei. Você conhece a mãe dele, Igraine, o Merlim e a irmã de Artur, Morgana, que é minha personagem favorita da série toda. Igraine é filha de Taliesin, o Merlim, e descendente do povo antigo. Ela também é irmã de Viviane, a Senhora de Avalon, a terra dos druidas que cada vez mais se afunda nas brumas. Igraine é casada com Gorlois, entretanto, o destino dela é se unir a Uther Pendagron, ser rainha da Bretanha e, claro, dar a luz a Artur. Pronto, não falo mais nada se não dou spoiler.

   O segundo livro da série intitula-se A Grande Rainha e tem um enfoque maior em Gwenhyfar, mais conhecida por nós como Guinevere, esposa de Artur e apaixonada por Lancelote. Esse livro se ocupa mais da relação Artur - Gwenhyfar - Lancelote, sem deixar de lado os fatos caóticos que aconteceram no final do livro anterior. Outro destaque dessa parte da narrativa é a grande tristeza de Gwenhyfar por ela ser incapaz de dar um filho a Artur. De todos os livros esse é o que tem o final mais surpreendente, eu fiquei muito atordoada com o fim. Fiquei dividida entre rir ou fazer cara de pastel, juro.

    A terceira parte da série intitula-se O Gamo-Rei, tendo como prioridade os transmitis para a sucessão de Artur. Pra você entender o porquê do livro chamar O Gamo-Rei é necessário que você esteja a par dos acontecimentos dos dois livros anteriores, porém, vou dizer uma coisa bem básica: o Artur é o Gamo-Rei, só que tá chegando a hora de entrar outro Gamo-Rei no lugar dele..

   O quarto e último livro da série, O Prisioneiro da Árvore, é um mistério até pra mim. Eu sou uma pessoa meio lerda, sério, então eu não tenho certeza do porquê de o livro se chamar O Prisioneiro da Árvore, mas acho que tem alguma coisa a ver com um fato que acontece com a Morgana. Por ser o último livro eu achei ele um pouco parado, isso se compararmos com os primeiros dois livros que são bem agitados. Ainda assim, acontece um monte de coisas, coisas que eu jurava que não iam acontecer. E o final da série é muito, muito, trágico. É um final bom, (ou não, ainda tô decidindo isso), pelo menos é condizente com toda a narrativa.

   Falando da série num conjunto, eu achei ela meio cansativa. É que acontece tanta coisa, tanta desgraça, tanta coisa dá errado na história, que chega uma hora que você não aguenta mais ver os personagens que você gosta sofrer. É um livro com um pouquinho de safadezas, mas se vocês assistem GoT ( Game of Thrones) vão tirar isso de letra; e, ele conseguiu a façanha de me fazer gostar de quem eu não gostava.

   Eu não fui com a cara da Gwenhyfar desde que ela apareceu pela primeira vez na história, entretanto, lá pro final, eu comecei a tolerar ela, sério. O Lancelote foi um grande caso de amor e ódio; uma hora eu queria matar ele, na outra eu tava achando ele super legal. O Taliesin sempre foi muito legal aos meus olhos. O Artur, ai cara, eu sou doida pelo Artur; mas o meu amor mesmo, é a Morgana. Eu sou doida pela Morgana. Não sei se é porque o livro começa com ela falando, ou se é porque ela é taxada de bruxa, mas eu amo ela. E mesmo ela tendo feito umas coisas não muito legais na metade da série, eu ainda adoro ela.

   As Brumas de Avalon não foi a melhor série que eu já li, mas ela tem uma temática bem interessante. Pela primeira vez eu vi, e li, um livro onde a história do Rei Artur fosse contada por mulheres; quanto a abordagem da questão cristãosXdruidas, a autora não deixa nada a desejar. Pra quem gosta de livros medievais é uma ótima pedida. Ah, a nível de curiosidade: os cristãos retratados nos livros não são católicos, são anglicanos; Eu não sabia disso, mas meu professor de História Antiga do cursinho usou o livro como exemplo quando foi falar sobre a reforma protestante. Me senti orgulhosíssima por saber o nome da série que ele estava citando.

   A série causou algumas polêmicas em algumas páginas literárias que eu frequento, por conta da abordagem que se tem em relação às mulheres e tudo o mais. Eu acho a série quase feminista, por assim dizer. As mulheres importantes da história são bem independentes e auto-suficientes, também são espertas e quase perversas às vezes. Exceto a Gwenhyfar, ela é meio sem graça durante quase a história inteira.

   Enfim, é uma experiência muito interessante, mas é bom que você se prepare para passar raiva e sofrer, sofrer muito. Principalmente se, assim como eu, seu personagem favorito for a Morgana. Na verdade, não importa qual seu personagem favorito, ele vai acabar sofrendo uma hora ou outra. Traduzindo, você vai sofrer, comece a ler tendo isso em mente.

   Bom, basicamente é isso. Eu sei que ficou meio confuso e tudo o mais, mas é que eu não posso falar nada sem dar spoilers. Apesar de todos os pesares, As Brumas de Avalon, é uma série legal, e uma ótima oportunidade de conhecer a história de Artur e seus Cavaleiros sob uma nova perspectiva. Leiam, conheçam, aventurem-se e sofram. O Rei Artur está vivo, mas cuidado, seu personagem favorito pode morrer em breve!

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