"Eta,
mentezinha colonizada, meu Deus!"
Não é de hoje que se ouve falar que brasileiro tem a famosa
"síndrome do vira-lata" ou do "colonizado". Por algum
motivo que até hoje eu não entendo muito bem, brasileiro tende sempre a achar que
o que vem de fora é melhor. Música gringa é sempre melhor, morar na gringa é
sempre melhor, literatura gringa é sempre melhor... Okay, okay, o Brasil tem
muitos problemas, sim. Okay, ninguém é obrigado a ser um nacionalista louco e
só valorizar cultura interna. Mas.... Como assim você não gosta de nada que
venha do Brasil? Como assim literatura gringa é melhor? Alguém já falou para
você que a literatura infantil e juvenil brasileira é referência lá fora? Que
os críticos de literatura infantil e juvenil são referência lá fora? Não?
Porque olha, eles são! Então, porque você, que mora aqui, que nasceu aqui, vai
desfazer de uma coisa que você nem procurou conhecer de verdade só porque isso
ou aquilo te desagradou? O Brasil é muito grande e existe muita coisa aqui,
muita coisa mesmo. Não só em questão de espaço físico, mas em questão cultura
também, então, é praticamente impossível que você não goste de nada da cultura
nacional, sério. Em algum lugar, nem que seja enfurnado no interior do interior
do interior do interior vai ter alguma coisa que te agrade, sério!
Numa discussão sobre Pedro Malasartes, acabou surgindo a questão
"literatura nacional" e eu fui intimada (me botaram maior hype) a
fazer um post falando sobre livros nacionais legais. Eu aceitei o desafio então
eu vou tentar, só tentar, vestir meu espírito Policarpo Quaresma e Viny
Y-Piranga (dono das frases do começo e do fim do post) e falar de alguns livros
de autores nacionais que podem ser legais.
Vou começar, justamente, pelo causador de todo o alvoroço e discussão: As
Aventuras de Pedro Malasartes, de Sergio
Augusto Teixeira: O livro é uma
compilação de várias das aventuras do menino Malasartes, já conhecido por
muitas pessoas. E quando eu digo menino, eu estou falando sério, a primeira
história é sobre o batizado do Pedrinho, que já chegou no mundo destinado a se
meter em muita confusão. Pedro Malasartes foi o primeiro anti-herói com quem eu
tive contanto e eu me diverti muito lendo o livro. Minha mãe me contava as
histórias do Pedro, e eu li o livro desde bem criança. É um livro muito legal, bem leve e divertido.
A Casa da Madrinha de Lygia
Bojunga: Eu recomendo, simplesmente, qualquer coisa da Lygia, a mulher é
fantástica. A Casa da Madrinha foi o primeiro livro sem ilustrações que eu li
na vida e foi com ele que eu aprendi que é possível você ter claramente a
imagem de algo na sua cabeça, sem precisar de desenhos. A história gira em
torno de um menino numa viagem em direção à casa de sua madrinha. No meio do
caminho ele encontra um pavão e juntos eles continuam nessa empreitada. O livro
tem umas digressões, por assim dizer, como a história do pavão e tudo o mais. É
um livro infantil, sim, mas nem por isso menos sofisticado. Bojunga tem livros
muito bons então, geralmente, depois de ler um você vai querer ler o resto. E leia,
sério, leia! E antes que você pense "Ah, já vi esse nome em algum
lugar!", sim, Lygia é bem frequente nas escolas. O Meu Amigo Pintor, A
Bolsa Amarela, Corda Bamba, entre outros, são todos dela. Eu não disse que a
mulher é maravilhosa?
Ou isto, Ou Aquilo
de Cecília Meireles: A Cecília é
mais uma autora que tem coisas bem legais. A obra dela não se foca só no
público infantil, mas eu estou citando esse livro porque tem poesias bem legais
nele que eu tive contato desde bem pequena. Obviamente, nem todas as poesias
do livro são incríveis, mas tem algumas bem legais e bonitinhas. Cecília
também tem uma obra mais adulta, então, podem ir atrás de outras coisas dela. É
mais uma autora que está bem presente desde os tempos estudantis trazendo um pouco
mais de beleza para as nossas vidas, em formato de versos.
Manuel Bandeira: Eu sei, ele
é um autor e não um livro, mas Bandeira é um cara super legal! Okay, okay, ele
é cânone, mas as poesias dele são lindas. Quem nunca leu a poesia do porquinho
da índia? A obra de Bandeira se constituí pela simplicidade; ele canta o
simples, o belo e digamos que, ele consegue falar bem juntinho ao seu coração.
Vale a pena dar uma conferida em alguns dos livros dele. Eu estudei Bandeira no
semestre passado e foi bem legal. O criador da utópica Pasárgada tem livros com
climas bem diferentes e é capaz de falar sobre uma maçã num quarto pobre de
hotel. E não, eu não estou brincando, existe mesmo um poema dele sobre uma
maçã.
A Arma Escarlate de Renata
Ventura: Sim, eu precisava colocar autores modernos. Quem leu minha resenha
de A Arma Escarlate e A Comissão Chapeleira já sabe que eu gosto muito dos
livros da Ventura. Eles falam de magia (magia estilo Harry Potter) sem
deixar de fazer uma crítica à realidade nacional. Tudo isso com uma narrativa
envolvente, de tirar o fôlego e com muitas partes divertidas. E tem livro novo
da série vindo por aí, tanto que a Renata se ausentou do facebook para terminar
de escrevê-lo. A série será composta por cinco livros e eu mal posso esperar para
saber o que vai acontecer em O Dono do Tempo. Também é importante ressaltar que
a autora é uma fofa, super acessível e absurdamente criativa. Renata resgata,
com excelência, a cultura brasileira em seus primórdios. Se você acha que
conhece o Saci Perere eu recomendo que você leia os livros de Ventura e perceba
que nós não o conhecemos tão bem assim. Depois de A Comissão Chapeleira dá até
gosto de comemorar o Dia do Saci! (Sério, o Saci bate de frente com a mitologia
gringa, podem confiar).
A Legião Estrangeira
de Clarice Lispector: Eu sei, eu sei....
Você deve estar se perguntando: A hermética da Clarice? Sim, a hermética da
Clarice. Tudo bem, Clarice Lispector é uma literatura de profunda densidade
psicológica, sim... Mas ela também escreveu literatura infantil... E os contos
dela são mesmo incríveis. Talvez não seja algo fácil, mas é bonito de verdade!
Okay, você pode tentar Clarice quando já tiver uma maturidade literária maior e
tudo o mais, porém, veja só: Uma garota de 16 anos leu A Paixão Segundo G.H e
disse que esse livro a descrevia e era seu livro de cabeceira, um professor leu
o livro quatro vezes e pediu que Clarice lhe explicasse ele; traduzindo: tudo
pode acontecer mesmo. E tentar, bem, não custa. Para quem quiser se aventurar em
Clarice recomendo também A Hora da Estrela. Apesar de parecer, inicialmente,
confuso, o livro tem uma proposta interessante. E tem treze títulos e uma
protagonista que.... Bem, descubra você mesmo!
A Montanha Encantada de Maria José Dupré: Apesar do caráter conservador das obras de
infantis de Dupré, eu tenho um super apreço por esse livro. Ele é onde você
sente menos o caráter moralizante da obra e a aventura onde Vera, Lúcia,
Cecília e companhia mais se divertem. A excursão até o cume da montanha onde
sempre se vê uma luz e a descoberta do que há em seu interior é uma experiência
e tanto! Isso sem contar que uma ótima forma de introduzir crianças no mundo da
leitura. Então sim, apesar das trocentas ressalvas que se possa ter em relação
a Dupré, pode ser legal. O livro é da Coleção Cachorrinho Samba e
posteriormente integrou a Coleção Vaga-Lume.
Luna Clara e Apolo Onze
de Adriana Falcão: Eu sei, eu sei,
eu vou falar de literatura infantil de novo... Mas o que eu posso fazer se os
brasileiros arrasam nesse quesito? Engraçado, leve, divertido e até mesmo
despretensioso. Narra a história de duas crianças de nomes exóticos de uma
certa forma, destinados a se encontrarem. Ao final você fica com aquela
sensação gostosa de quero mais. Tem uma vertente romântica? Sim. Mas é muito
gostoso de ler. Vale a pena conhecer,
também da Adriana, Mania de Explicação. É um livro lindo, tem uma edição que eu
gosto muito.... Aquela que aparecia nos comercias da TV É. Mais um livro
constituído através de muito carinho e simplicidade. Eu já devo ter lido umas
três vezes e eu sempre me impressiono com a delicadeza e beleza do livro.
Dom Casmurro de Machado
de Assis: Gente, desculpa, mas eu não posso deixar de lado o Bruxo do Cosme
Velho. É cânone? É cânone, mas é um dos grandes romances de nossa literatura. O
obsessivo Bentinho narra sua trajetória e seu olhar sobre a bela Capitu.
Lembrando que a graça do livro é não saber se traiu ou não traiu e que Machado
fala sobre temas como ciúme e não sobre traição, certo? Sim a linguagem é um pouco arcaica, então
pode soar meio chato para quem não curte muito romance antigo, mas a história é
boa demais. Para quem já gosta de Machado não posso deixar de lembrar também de
Memórias Póstumas de Brás Cubas e Um Apólogo, conto curto, mas incrível.
Aparentemente simples, mas com um final bem reflexivo.
Fita-Verde
no Cabelo de Guimarães Rosa: Certo,
esse cara eu assumo, ele é complicado. Guimarães Rosa é lindo, maravilhoso, mas
a gente não entende uma palavra do que ele escreve quando pega pra ler na primeira vez. Autor do famoso Grande
Sertão: Veredas, talvez o maior romance brasileiro, Guimarães é uma incógnita.
Mas não é por isso que ele se torna menos atraente. Em Fita-Verde no Cabelo,
conto presente em Quartas Histórias, Guimarães se apossa de um estilo meio
Chapeuzinho Vermelho para tratar do amadurecimento, o confronto com a velhice,
a morte e perda da esperança. É um conto bem bonito, perfeito para quem nunca
leu Rosa antes. Se você gostar disso pode tentar A Menina de Lá, outro conto
que é uma graça. Se você curtir esses dois contos, estará apto para se jogar em
Primeiras Histórias e Tutaméia... E por que não, um dia, dar uma chance a
Grande Sertão? De fato, o livro é bem grande mesmo, não é fácil, mas é uma
leitura que enriquece bastante.
Cem Noites Tapuias de Ofélia
e Narbal Fontes: Integrante da boa e velha Coleção Vaga-Lume, responsável
por marcar a adolescência de muitos jovens leitores, Cem Noites Tapuias conta a
história de um menino, filho de um garimpeiro, que é raptado junto com sua
professora. Ambos são levados para a tribo Xavante, inimigos da tribo dos
Bororo, da qual a professora Joana faz parte. É uma boa para quem está
começando agora a migrar para livros com menos gravuras. É bom também para quem
gosta de livros em que se contam histórias dentro da própria história
principal. Sim, eu estou falando isso por causa da história do Jabuti, que por
muitas páginas vai ser algo muito interessante!
A coleção Vaga-Lume marcou toda uma geração e não foi à toa não.
Lembrando que nessa coleção também temos A Serra dos Dois Meninos, um livro cheio
de aventuras e bem legal também.
Toda
Poesia de Paulo Lemiski:
"A palmeira estremece/ palmas para ela que ela merece!" Leminski tem
umas poesias bem legais. Ele tem uma coisa que consegue tocar bem fundo no meu
coração. Por algum motivo quando eu leio Leminski eu sempre sinto uma coisinha
gostosa. Às vezes eu fico pensando também, vide os poemas que eu li no primeiro
semestre da faculdade, mas eu sempre gostei bastante do cara. E sim, são dele
os versinhos que apareciam durante os intervalos comercias da TV Cultura!
"Minha mãe dizia: Ferve, água! Frita, ovo! Pinga, pia! E tudo
obedecia..."
O Sentimento do Mundo de Carlos
Drummond Andrade: "Quando eu nasci, um anjo torto/ desses que vivem na
sombra/ Disse: - Vai, Carlos, ser gauche na vida!" Lá vem a Andreza com o
Drummond dela de novo.... Sim, Drummond é outro autor que pode ser bem legal de
conferir. O Sentimento do Mundo tem todo aquele clima de Segunda Guerra e todas
aquelas questões do Drummond. O gauche mineiro que questiona o mundo, as coisas
e a si mesmo. Se vocês leem o Velho Bêbado no tumblr, por que não ler Drummond
que também levanta tantas questões políticas, sociais, filosóficas,
sentimentais, humanas! Isso sem contar que Drummond têm várias fases em sua
poesia, alguma delas pode e provavelmente vai agradar você! (A não ser que
você não goste de poesias, mas aí já é outra história).
A Batalha do Apocalipse de Eduar
Spohr: Apocalipse? No Rio de Janeiro? Sim! E por que não? O livro tem como
protagonista Ablon, um anjo renegado condenado a vagar no mundo dos homens por ter
se revoltado contra o Arcanjo Miguel, e a Shamira, a Feiticeira do En-Dor que
o ajuda em sua jornada histórica até o Apocalipse. Acho muito válida a ideia de tratar anjos e
arcanjos num cenário nacional, vide a cidade onde se passa a narrativa. Conheço
gente que já olhou torto para o livro, mas depois de ler, teve de morder a
língua e dar o braço a torcer...
O Meu Pé de Laranja Lima
de José Mauro de Vasconcelos: Okay,
pode chamar de trapaça eu indicar um livro que eu ainda não li. Mas é um
clássico.... Eu ouço falar desse livro desde que me entendo por gente e fontes
confiáveis me asseguraram que o livro é lindo. Inclusive eu já prometi começar
ele essa semana, portanto, em breve vocês podem conferir o que eu achei. Mas
acho que eu vou gostar, ele tem um clima do qual que gosto bastante. E, apesar
de não julgar livros por título, o nome da história já não dá uma premissa de
algo bem bonito?
Turma do Gordo de João
Carlos Marinho: É uma série de livros infantis e juvenis que foi e ainda é
uma febre. Os livros deram uma super levantada na visibilidade, qualidade e
disseminação da literatura infantil e juvenil nacional. Os livros têm uns
títulos bem engraçados e loucos que cativam bastante os leitores a partir do
quinto ano do ensino fundamental. Aventuras misteriosas e com humor! Conheço
crianças que ficam enlouquecidas com esses livros e sempre acho os títulos bem
engraçados. As edições também costumam ser bem bonitas e coloridas, isso sem
contar que é bem legal ver alguém escrevendo mistério para um público mais
jovem.
Morte e Vida Severina de João
Cabral de Melo Neto: "O meu nome é Severino, não tenho outro de
pia..." Outro cânone? Sim, mas não
é difícil de entender não. O livro, através de um único Severino em especial,
fala sobre os vários Severinos que temos espalhados por esse nosso país. Eu
gosto bastante da maneira que o Cabral constrói esse narrador Severino que
conta sua trajetória em versos. Eu li bem jovem e gostei bastante. Toda a
questão do retirante nordestino buscando uma vida melhor no litoral, combinado
com o final da narrativa (talvez até mesmo o verso final) constroem um livro
bem interessante e importante de se conhecer. É um livro de fazer pensar, mas às vezes é bom ler um livro que faz pensar, não é não?
Vidas Secas de Graciliano Ramos: Sim, eu sei, é livro de Fuvest, mas é o melhor!
Quando eu li para o vestibular eu fui preparada para o livro ser um porre, mas
é muito legal. Tudo bem, tudo bem, é um livro triste. Inclusive quando meu
primo leu ele se queixou justamente disso, mas é um livro que te faz pensar em
muitas coisas. É um livro que retrata toda uma realidade, que faz a gente olhar
menos só para o sudeste e até mesmo, menos para o nosso umbigo. A narrativa
acompanha uma família nordestina durante a época de seca nos sertões brasileiros.
Com destaque especial para a desumanização dos personagens humanos, e para a
humanização da cachorrinha Baleia, personagem muito importante que dá um toque
especial na obra.
Auto da Compadecida de Ariano
Suassuna: Esse todo mundo conhece do filme que passa na Globo. O livro é uma
peça de teatro, claro, afinal é um auto, dividida em três atos. Ele tem vários
elementos da tradição da literatura de cordel, do gênero da comédia
apresentando traços do barroco católico brasileiro, misturando cultura popular
e tradição religiosa. Obviamente é hilário, tem o João Grilo, tem o Chicó,
enfim, todo aquele povo que a gente vê no filme. Na edição que eu vi até
que grandinho, mas quem liga para tamanho não é mesmo? "Mãe, se você
continuar interferindo assim o inferno vai virar uma repartição pública:
existe, mas não funciona!"
Águas Turvas de Helder Caldeira: Esse é fortemente recomendado por um amigo. O
romance gira em torno de Gabriel, um jovem médico e sua relação com o executivo
Justin. Segundo meu amigo, que recomenda
fortemente o livro, a história é uma das poucas com as quais ele teve contato
onde uma relação homossexual é de fato retratada como uma relação afetiva. O
centro da história, o importante, é o amor entre os dois e não só o sexo. Achei
a perspectiva importante. O livro não se passa todo no Brasil, só no começo, o
desenvolvimento da história é nos EUA. Mas o autor é nacional então achei
válido citar.
Eu Me Chamo Antônio de Pedro
Gabriel: Esse livro foi hit nos últimos anos. Tumblr, Facebook e a internet
em geral ficou lotada de trechos do livro. Uma coisa que eu gosto nele é a
forma como ele se apresenta. A diagramação da página, o tipo de papel, a forma
como o livro é visualmente apresentado casa super bem não só com o clima do
livro como também com a mensagem que ele transmite. Tem umas citações
verdadeiramente bonitas.
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado: Eu não costumo gostar de Jorge Amado. Diferente de
muita gente que ama Jorge e odeia Machado, eu sou ao contrário. Tenho um super
apreço pelo Bruxo do Cosme Velho, mas não me dou muito bem com o baiano não....
Porém, eu amo esse livro. Ele é lindo, uma graça.... Narra a história de um
gato e uma andorinha que se apaixonam e, obviamente, não podem ficar juntos. É
muito lindo, muito lindo mesmo. Não vou falar o final para não estragar a
surpresa, mas eu garanto que é um livro bem legal, mesmo. Para uma galera que
já conhecer o Jorge que fala da Bahia e tudo o mais, caiam de cabeça em
Capitães da Areia, é um livro bem emocionante e levanta questões muito
importantes, infelizmente, ainda muito atuais.
Todos os livros que citei acima não representam nem metade do que existe de
literatura nacional por aí. Atualmente está tendo um bum de literatura
fantástica no Brasil e tirando A Ordem Perdida, que eu não recomendo para
ninguém, a galera que curte fantasia anda muito bem servida. Eu tenho ouvido
falar bastante de livros como Dragões de Éter, a trilogia do Príncipe Gato, O
Encantador de Flechas e muitos títulos mais. Tem literatura de todo o tipo que
você imaginar rodando pelo nosso país. Tem romance, fantasia, autoajuda,
aventura, mistério.... Isso sem contar a "poesia marginal" e coisas
do gênero que, embora não recebam destaque, existem.
Infelizmente, o que acontece é que além dessa cultura de "tudo que
é de fora é melhor", também entra a questão de só se dar importância para
o cânone esquecendo da importância da vigorosa literatura de entretenimento.
Entretenimento é legal também, nem sempre estamos a fim de ficar refletindo
sobre o existencialismo. Para ser bom não precisa ser canônico, não precisa ser
antigo.... Embora, claramente, exista muita coisa canônica que é bem legal.
Então, sim, a literatura estrangeira é boa? Com toda certeza. Mas
Literatura Brasileira não deixa a desejar em nada e tem cacife o suficiente para
fazer frente à Portuguesa, Francesa, Inglesa, Alemã e tudo o mais que a gente
lê por aí!
"Ô, minha
filha, eu vou te falar porque no Brasil tem cinco escolas e lá na Grã-Bretanha
só tem uma: É que o Brasil é um continente!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário