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Resenha: Meu Pé de Laranja Lima



"Não espero nada, assim a gente não fica desapontado."

   Um livro é capaz de te conquistar no começo, no meio ou no fim... Meu Pé de Laranja Lima conquista na primeira palavra.  Escrito por José Mauro de Vasconcellos, o livro narra a história de Zezé, um garotinho muito sensível e muito pobre que têm de aprender a lidar com várias adversidades desde muito cedo. 

   Meu Pé de Laranja Lima é um livro muito famoso, mesmo quem não leu, geralmente, já ouviu falar por intermédio do pai, da mãe ou de algum professor. O título é um tanto curioso, qual e o quão forte é a relação de Zezé para que o título do livro seja "Meu Pé de Laranja Lima"? E afinal, como é esse garotinho Zezé?

    Zezé é mais do que eu esperava. Zezé é a essência viva de toda a narrativa. Uma criança sensível, inteligente, precoce, apaixonante e muito incompreendida. Inserido numa família muito pobre, num tempo em que surra era remédio para tudo, o garotinho passa por maus bocados. Zezé é uma criança um tanto traquinas, o que faz com que ouça aqueles impropérios que as famílias costumam dirigir às crianças "Você é filho do diabo mesmo!", e o garoto acredita. Entretanto, ele é de longe uma das crianças mais adoráveis que eu já conheci através da literatura, sério.

   Todo mundo me dizia que eu ia chorar MUITO com Meu Pé de Laranja Lima; não digo que chorei muito, chorei no final, assumo e me emocionei durante o livro todo. Logo no comecinho já li umas coisas que me travaram a garganta.

   Quanto à família de Zezé preciso dizer que a relação é complexa. Em muitos momentos eu senti muita raiva, muita raiva mesmo. Porém, de uma certa forma eu entendia o lado deles. A situação financeira, a época na qual se passa a história... Todo o aparato que os envolvia explicava suas posições em determinadas situações.

   Depois de ler Meu Pé de Laranja Lima, acho que entendi porque sempre ouvi falar dele e porque só a capa, só o nome, me dava uma sensação tão quentinha. O livro é envolto em muita ternura, Zezé é um personagem que exala muito ternura e carece de muita ternura também. Já a história tem um quê bem nacional. Não nacionalista, não regionalista, mas uma coisa que faz com que você perceba que bem, existiram muitas famílias como as de Zezé pelo Brasil, e ainda existem!

    Meu Pé de Laranja Lima é um livro muito bonito. É triste? Sim, é triste. É um daqueles livros que se assemelham à uma parte da vida sabe? E a vida de todo mundo tem umas partes meio tristes. Mas é muito bonito, emocionante e apaixonante. A história de Zezé é uma daquelas onde o livro fica na cabeceira, a narrativa gravada na cabeça e a história guardada no coração.


"Às vezes sou feliz na minha ternura, às vezes me engano, o que é mais comum."

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